Reencarnação Maldita - (Novel) - Capítulo 68
Capítulo 68: O Túmulo (4)
Trezentos anos atrás, em Helmuth. Perto do castelo do Rei Demônio da Carnificina.
Originalmente era uma planície, mas toda a área havia sido derrubada devido à batalha contra o Rei Demônio da Carnificina. Depois que a batalha acabou, os heróis procuraram nos arredores para ver se havia forças restantes que haviam fugido do castelo do Rei Demônio ou estavam tentando ficar escondidas nas proximidades.
Em algum lugar em todo aquele terreno revirado, eles encontraram um caminho que levava ao subsolo. Sob a suspeita de que poderiam lutar contra os lacaios do Carnificina escondidos lá embaixo, seguiram o caminho, mas não encontraram nenhum povo demoníaco, bestas demoníacas ou monstros lá embaixo.
Não se sabia há quanto tempo existia, mas encontraram uma ruína no subsolo. Ao ver as palavras antigas esculpidas nas paredes, Sienna especulou que poderia ser uma relíquia do período mitológico.
Sienna e Anise eram capazes de traduzir a maioria das escritas antigas, mas mesmo para eruditos como elas era impossível traduzir a língua antiga que encontraram gravada nas paredes da ruína. Eventualmente, como não conseguiram descobrir a verdadeira identidade dessas ruínas, não tiveram escolha a não ser explorá-las mais profundamente.
E no nível mais profundo dessas ruínas, encontraram um salão escondido. Não havia abertura para o lado de fora e nenhuma fonte de luz, mas no centro do salão, viram uma lua cheia brilhando com uma luz pálida.
“Aquilo ali é meu.”
Assim que viu a espada que havia sido cravada sob a lua, Hamel imediatamente assumiu a liderança em reivindicá-la. Seus companheiros não tiveram nenhuma reclamação. Em sua batalha contra o Rei Demônio da Carnificina, a maioria das armas de Hamel foram quebradas e despedaçadas, deixando-o com apenas uma única espada intacta.
Quanto ao Martelo de Aniquilação Jigolath, a arma empunhada pelo Rei Demônio da Carnificina, tanto Hamel quanto Moron a cobiçaram, mas nenhum deles foi capaz de se tornar o novo mestre do Martelo de Aniquilação. Era quase impossível para um humano manejar adequadamente a arma de um Rei Demônio, então o único que poderia manejá-la sem sofrer nenhum dano era Vermouth.
Moron preferia machados pesados e grandes do que espadas. Vermouth já possuía várias armas, como Winith, a Espada Sagrada e o Escudo de Gedon; além disso, ele tinha acabado de colocar as mãos no Martelo da Aniquilação também. Assim, não lutou quando Hamel reivindicou a espada que encontraram nas ruínas.
No entanto, Hamel não conseguiu colocar a mão na espada.
No momento em que se aproximou da espada banhada pelo luar, caiu de joelhos tossindo sangue. O misterioso luar também dissipou a mana de Hamel e o deixou desorientado.
No final, essa espada também foi tomada por Vermouth. Ele foi o único no grupo que pôde se aproximar com segurança sob o luar e desembainhar a espada. Ninguém sabia os motivos disso. Mas na verdade, não era nada para se surpreender. Todos os seus camaradas sabiam o quão especial era Vermouth.
—Filho da puta, por que você sempre acaba com tudo?
—Tentei entregá-la a você.
—E quem lhe pediu para fazer isso?
—Você gostaria que eu entregasse para você agora?
—Não vou aceitar, seu maluco idiota. Está tentando me irritar?
Eles deram à espada que encontraram nas ruínas o nome de Espada do Luar.
Embora o nome fosse simples e direto, também era apropriado. A espada foi encontrada enterrada no chão sob uma lua cheia. A lâmina cinza que podia ser vista sempre que era puxada para fora de sua bainha parecia ter o mesmo tom do luar e sempre que a espada era balançada, o fenômeno luminoso que produzia parecia que estava espalhando os raios da lua.
No entanto, apesar de sua aparência, aquela coisa não era apenas uma simples espada. Não era apenas Hamel que se sentia assim, todos os seus companheiros compartilhavam desse sentimento. Fundamentalmente, literalmente, qualquer arma era uma ferramenta destinada a matar e destruir; no entanto, entre todas as armas do mundo, a Espada do Luar capturava mais perfeitamente a essência dessa entidade chamada ‘arma’.
A Espada do Luar era pura ruína na forma de uma espada.
A Lança Demoníaca, Luentos era a arma orgulhosa do Rei Demônio da Crueldade, e seu terror era esmagador. Apesar disso, não conseguia nem atravessar a luz da Espada do Luar.
Depois que Vermouth colocou as mãos na Espada do Luar, a Espada Sagrada não fez mais nenhuma aparição no campo de batalha. Isso era apenas natural. Em vez da bela Espada Sagrada que emitia uma luz brilhante, a Espada do Luar de aparência simples era muito, muito mais forte.
Atualmente, Eugene estava olhando fixamente para uma lua.
Nas ruínas onde descobriram a espada pela primeira vez, a lua que viram era cheia. No entanto, o que estava na frente dele agora era apenas uma lua crescente.
Quando Eugene estava prestes a retirar seu fragmento da Espada do Luar, caiu na gargalhada.
— Esqueci de pegar aquela coisa.
Depois de bater no peito do Cavaleiro da Morte, o fragmento caiu no chão, e Eugene não teve a chance de pegá-lo. Ele queria tirar o fragmento para ver se mostraria alguma reação, mas parecia que teria que deixar isso para mais tarde.
— Vermouth. — Murmurou Eugene enquanto balançava a cabeça de um lado para o outro: — Por que você deixou algo assim no meu túmulo?
Ao contrário de quando a viu pela primeira vez, trezentos anos atrás, a Espada do Luar não estava cravada no chão, mas flutuava no ar. Eugene olhou para a Espada enquanto ela pairava na frente dele.
O fragmento da Espada do Luar foi descoberto nas colinas de Khazad. Como tal, Eugene pensou que Vermouth havia pessoalmente quebrado a espada e a selado, porque era muito perigosa.
Mas agora, o que ela estava fazendo ali? Que razão poderia haver para selar a Espada do Luar no túmulo de Hamel de todos os lugares?
— Foi por simpatia por mim?
Embora Hamel quisesse possuir a Espada do Luar, ele não conseguiu obtê-la. Nunca se arrependeu por causa disso, mas… Eugene sentiu que essa era uma demonstração de simpatia muito do estilo de Vermouth. Em vez de escrever uma carta cheia de lágrimas ou explodir com algumas palavras emocionais, Vermouth tinha sido o tipo de cara que de repente oferecia o que seus colegas desejavam, exatamente assim.
Eugene olhou para o espaço abaixo da espada. Ele podia ver um caixão branco ali. Provavelmente foi onde seu cadáver foi colocado.
— De que adianta me dar depois de morto?
Eugene riu e balançou a cabeça ao dizer isso, embora não fosse capaz de usá-la enquanto estivesse vivo.
Mas este não era o momento para ficar todo emotivo.
Além da Espada do Luar, não havia mais nada naquela sala. Não tinha estátuas ou pedras memoriais como a sala do lado de fora. A única entrada era a porta que eles usaram para entrar. Essa também era a única saída. Se quisessem sair da sala, não teriam escolha a não ser enfrentar aquele maldito e insano Cavaleiro da Morte mais uma vez.
O Cavaleiro da Morte não era a única coisa com que Eugene precisava se preocupar. A Maga Negra, Amelia Merwin, também pôs os pés neste túmulo. Para um Cavaleiro da Morte ter sido encontrado ali, deve ter sido Amelia Merwin quem o criou. E Eugene não tinha ideia de quando aquela cadela maga negra poderia retornar.
Como tal, ele precisava terminar as coisas ali o mais rápido possível e depois escapar.
O problema era que as coisas estavam ficando mais complicadas do que ele esperava. Com uma carranca no rosto, Eugene se aproximou da Espada do Luar. Seu corpo ainda estava coberto de feridas e seu coração ainda estava acelerado pela adrenalina da batalha.
Ele não sabia por que a Espada do Luar estava ali, ou quais eram as intenções de Vermouth para deixar a espada ali, mas o fato de estar naquele lugar… Significava que Vermouth havia deixado esta espada como uma oferenda a Hamel.
— Se for esse o caso, isso significa que está tudo bem eu pegá-la — Dizendo isso com um sorriso, Eugene estendeu a mão em direção ao luar.
No entanto, os sentimentos de preocupação superaram a vertigem e a esperança de Eugene. Em sua vida anterior como Hamel, era impossível para ele segurar a Espada do Luar em sua mão. Embora ele tivesse reencarnado como um descendente de Vermouth, realmente seria capaz de empunhar a Espada do Luar por causa disso?
— Vou ter que tentar segurar. — Murmurou Eugene enquanto estendia a mão: — Afinal, aquele maldito me dedicou esta espada.
No momento em que sua mão tocou o luar, todos os pelos de seu corpo se eriçaram em choque. Mesmo que devesse ser apenas raios de luz, a respiração de Eugene estava começando a acelerar. A mana dentro de seu corpo estava flutuando e parecia que ele logo ficaria sem mana apenas deixando a mão ali. Eugene cerrou os dentes e começou a operar a Fórmula da Chama Branca para recuperar o controle sobre sua mana.
Com isso, Eugene empurrou seu corpo para frente. No entanto, era mais fácil de lidar do que esperava. Ele estava se lembrando da experiência incorretamente? Ou era porque era descendente de Vermouth? Poderia ser devido ao fato dele ter aprendido a mesma fórmula da chama branca que Vermouth?
Não.
“Foi enfraquecida.”
Eugene tinha certeza disso. A Espada do Luar na frente dele era incomparavelmente mais fraca do que a que tinha visto pela primeira vez naquelas ruínas. Assim como havia pensado, a Espada do Luar definitivamente deve ter sido quebrada em pedaços.
Sua mão tocou o punho.
Crack!
Uma corrente elétrica cinza envolveu o corpo de Eugene. A mana que ele estava segurando com força flutuou descontroladamente, mas depois calmamente diminuiu. Respirando fundo, Eugene sentou-se exatamente onde estava.
Ele a estava segurando. A espada que Hamel não conseguiu nem tocar… Eugene agora definitivamente era capaz de segurá-la em suas mãos. Ele acalmou sua respiração áspera e olhou para a Espada do Luar.
Do lado de fora, parecia uma espada comum. Deixando de lado a Espada Sagrada excessivamente glamorosa, até Winith tinha algumas decorações extravagantes em seu punho e guarda, mas a Espada Luar não tinha nada disso. O mesmo valia para a bainha — não tinha nenhuma obra de arte ou joias. Mas essas decorações não tinham importância para uma espada.
Eugene respirou fundo e agarrou a bainha.
— Não está lá.
Embora ele estivesse meio que esperando por isso enquanto puxava o punho com o coração trêmulo, a lâmina cinza não estava em lugar algum. A Espada do Luar parecia estar intacta à distância, mas na verdade, apenas o ricasso, que é a base da lâmina, restava, permitindo que o punho e a guarda fossem presos à bainha.
“Como eu pensava. Eles devem tê-la quebrado.”
No momento em que esse pensamento passou por sua cabeça, a lua crescente flutuando no ar começou a se dissipar. O luar que estava iluminando seus arredores se juntou à Espada do Luar. Eugene observou o que estava acontecendo com a Espada com os olhos arregalados. Quando a luz convergiu, tomou a forma de uma lâmina reta.
— Hahaha. — Eugene caiu na gargalhada enquanto olhava para a espada reluzente.
Esta lâmina era feita de luz, não de metal, então era diferente da Espada do Luar com a qual Eugene estava familiarizado. No entanto, essa luz ainda era inconfundivelmente o luar.
Eugene ergueu lentamente a espada, infundindo sua mana nela ao mesmo tempo.
Embora a Espada do Luar pudesse colapsar todas as formas de magia e mana, a mana de Eugene não foi dissipada. Em vez disso, a espada engoliu avidamente a mana, como se estivesse esperando por esse momento.
Fwoosh.
O luar cintilou como a chama de uma vela. Isso foi causado pelas chamas da Fórmula da Chama Branca ressoando com a Espada do Luar e se tornando uma.
Eugene deu de ombros e sorriu.
— É realmente uma espada de merda.
As palavras que ele cuspiu não mostraram nenhum sinal de que estava sobrecarregado de felicidade.
Eugene entendeu exatamente que tipo de arma a Espada do Luar se tornou. Ele sabia que esta espada feita de luz seria capaz de ressoar com a Fórmula da Chama Branca, mas provou ser também um grande dreno na mana. É claro que poderia ter muito poder para compensar essa desvantagem, mas ainda era uma arma difícil de manusear para ele, que ainda não havia se tornado ‘completo’.
— Ainda assim, é incrível. — Eugene elogiou.
Mesmo que tivesse sido quebrada em pedaços, ainda tinha muita força. Pode consumir sua mana insanamente, mas contanto que a use corretamente, seria capaz de mostrar superioridade esmagadora durante as batalhas que usem mana.
“Se eu soubesse que isso aconteceria, teria escolhido a Espada Devoradora.”
No cofre do tesouro do clã Lionheart estava guardada a Espada Devoradora, Azphel, uma das armas que Vermouth havia usado. A espada era capaz de cortar feitiços e devorar a mana. No entanto, embora sua capacidade de cortar feitiços fosse realmente semelhante à Espada do Luar, em termos de poder absoluto, a última era muito superior.
Se as duas espadas fossem usadas juntas, suas desvantagens seriam compensadas uma pela outra. A mana drenada pela Espada do Luar seria suplementada pela absorção de Azphel, e a falta de poder de Azphel seria suplementada pela Espada do Luar.
“Como não havia como eu saber que realmente seria capaz de colocar minhas mãos na Espada do Luar, não tenho como evitar.”
De qualquer forma, ele já tinha Winith, que era insuperável em termos de conveniência. Se ele conseguisse invocar Tempest com sucesso, Eugene seria capaz de criar uma tempestade mesmo sem ter que brandir sua espada.
— Se eu fizer o meu melhor para agir bonito e implorar por isso, talvez eles me deem Azphel também? — Eugene murmurou para si mesmo.
Se fosse Gilead, essa ideia provavelmente funcionaria de verdade. Estalando a língua, Eugene deslizou a Espada do Luar de volta em sua bainha. Claro, era apenas um pensamento ocioso. Não havia como Eugene agir de forma fofa na frente de Gilead.
— Mas e agora, o que faço? — Eugene caiu em pensamentos profundos enquanto esfregava o queixo.
Ele deveria apenas descansar ali e passar o tempo um pouco? Não, não importa. Seria um pé no saco se Amelia chegasse enquanto ele fazia isso.
“Eu ainda tenho a carta pessoal de Balzac, mas…”
Não havia como Eugene esperar que ele a encontrasse em um lugar que não fosse o próprio território de Amelia. Eugene poderia ter aceitado a carta, mas realmente não queria contar com o favor de Balzac… Bem, na pior das hipóteses, ele não teria escolha a não ser usá-la.
“Embora eu não tenha certeza se ela realmente vai recuar só de ver uma carta.”
Eugene não podia colocar todas as suas esperanças nessa carta. Se possível, queria lidar com essa situação sozinho.
Ele olhou para Laman, que ainda estava caído no chão. Por enquanto, apenas deixaria esse cara ali enquanto lidava com o Cavaleiro da Morte lá fora.
“Quanto à ignição… Não há necessidade de usá-la”, julgou Eugene.
Esta também era uma chance de testar o poder da Espada do Luar.
Antes disso, Eugene abriu o caixão branco. Como havia pensado, não havia nenhum cadáver dentro.
No entanto, olhando mais de perto, Eugene ficou mudo de surpresa.
— …?!
O cadáver estava realmente desaparecido, mas havia outras coisas dentro do caixão. Na parte de baixo da tampa do caixão, havia uma inscrição.
Algum dia, eu vou encontrá-lo novamente no mundo que está desejando.
E sob essas palavras escritas por Sienna, algo mais havia caído.
* * *
— Grrr…! — Enquanto rosnava como uma fera, o Cavaleiro da Morte olhou para a porta.
Não muito tempo se passou desde que os intrusos passaram por aquela porta. Nesse curto espaço de tempo, o Cavaleiro da Morte já havia golpeado com suas garras na porta centenas de vezes.
No entanto, ainda não havia sido capaz de arrombá-la. Ele tentou quebrar a porta centenas de vezes antes, mas além de não conseguir, a porta nunca mostrou nenhum sinal de dano.
“Como eles entraram?” O Cavaleiro da Morte questionou mais uma vez.
Ele simplesmente não conseguia entender isso. O Cavaleiro da Morte agarrou sua cabeça e gemeu.
Este era o túmulo de Hamel, o Tolo.
O Cavaleiro da Morte era Hamel, o Tolo.
Era assim que tinha que ser. Como este corpo pertencia a Hamel, a alma dentro deste corpo também tinha que ser de Hamel. Esta havia sido a forte sugestão que foi colocada no Cavaleiro quando foi criado. A mestra do Cavaleiro da Morte conseguiu sincronizar a alma do licantropo com o corpo de Hamel por meio dessa poderosa sugestão.
Foi uma modificação necessária. A alma de Hamel pode não ter permanecido dentro dela, mas o cadáver ainda carregava todos os vestígios de suas experiências de vida. Se a alma substituta recém-inserida fosse capaz de explorar perfeitamente esses traços e responder de acordo, o Cavaleiro da Morte seria capaz de extrair subconscientemente das experiências de Hamel.
As habilidades que foram obtidas por meio de tal método podem não ser comparáveis às do verdadeiro Hamel, mas a mestra do Cavaleiro da Morte ainda estava muito interessada nessa perspectiva. Isso não era natural? Hamel, o Tolo era um companheiro do Grande Vermouth, e era o único entre todos esses companheiros, incluindo o Vermouth, que havia deixado um ‘cadáver’ intacto.
Este cadáver era um dos melhores materiais para fazer um Cavaleiro da Morte. Era diferente de uma alma, que era basicamente um item consumível.
— Sou… Sou Hamel. — Murmurou o Cavaleiro da Morte enquanto arrancava os cabelos.
O licantropo sabia que havia várias almas colocadas dentro deste corpo antes dele, mas não sabia qual versão de Hamel era. Também não queria saber. Se ele se conscientizasse disso, seu senso já instável de si mesmo só ficaria ainda mais instável.
“Descarte”, os olhos do Cavaleiro da Morte tremeram e as pálpebras se agitaram com esse pensamento.
Seu capacete havia sido cortado no meio e seu peitoral estava quebrado. A mestra dele não permitiu que eles fossem quebrados, então definitivamente ficaria furiosa. E se isso acontecesse? A única coisa que esperava era o descarte. Almas que eram julgadas inúteis eram descartadas, e então outras almas seriam usadas como um componente para o Cavaleiro da Morte.
Se o Cavaleiro queria evitar isso, então precisava provar que não era lixo inútil que deveria ser descartado. Ele precisava matar os intrusos e oferecê-los—
Não, não poderia matá-los. Precisava capturá-los. Como eles foram capazes de abrir facilmente a porta que sua mestra estava tentando abrir sem sucesso, o Cavaleiro da Morte precisava oferecê-los à sua mestra vivos.
“Preciso fazer isso rapidamente. Antes que a mestra retorne…”
Seu desejo sincero foi atendido? A porta começou a tremer.
O Cavaleiro da Morte sacudiu seu corpo e preparou suas garras. Isso também era algo que sua mestra ficaria furiosa. A mestra insistiu que era um humano, não a alma de um licantropo. Isso significava que não era permitido usar as unhas das mãos ou dos pés como garras, o que significava que o Cavaleiro da Morte era forçado a confiar apenas na memória muscular do corpo para qualquer luta.
Preparar suas garras foi uma desobediência direta às ordens de sua mestra. No entanto, o Cavaleiro da Morte não pôde evitar. Afinal, esse oponente não era fraco o suficiente para o Cavaleiro da Morte acreditar que poderia derrotá-lo confiando em métodos não familiares para ele.
Uma chamada veio quando a porta se abriu:
— Te deixei esperando?
Eugene esperava ser atacado no momento em que a porta se abriu. Mas o Cavaleiro da Morte não o fez. Em vez disso, ele se agachou, abaixando seu centro de massa e pressionando os calcanhares no chão como se estivesse pronto para explodir em movimento a qualquer momento. Ele olhou para Eugene.
— Como você passou por essa porta? — O questionou.
Eugene deu de ombros.
— Eu apenas tentei entrar?
— O que você viu… Lá dentro?
— É segredo.
— Quem diabos é você?
Crunch!
Os pés do Cavaleiro da Morte cravados no chão. Eugene riu e colocou a mão na espada em sua cintura.
Ele provocou o Cavaleiro da Morte.
— Quem pensa que eu sou?
— Graaaaaah!
Tendo sido persistentemente provocado assim, o Cavaleiro da Morte finalmente não aguentou mais, então rugiu e chutou o chão. Queria matar Eugene e rasgá-lo em pedaços, mas não podia se dar ao luxo de fazer isso. Suprimindo sua intenção assassina, o Cavaleiro da Morte balançou suas garras contra Eugene.
Eugene abaixou sua postura. Assim que as garras do Cavaleiro se aproximaram, ele puxou a Espada do Luar.