Reencarnação Maldita - (Novel) - Capítulo 420
Capítulo 420
Aquilo (5)
O que Balzac estava escondendo? O comportamento enigmático do homem sempre fora suspeito desde o início. Ele desaparecera no ar sem dizer uma palavra a ninguém, como se tivesse sido engolido pelo deserto.
Ninguém sabia o que Balzac estivera fazendo no último ano, por que estava no deserto e por que estava limpando a bagunça deixada por Melkith.
— Veja… — Melkith começou após um breve período de contemplação. Com extrema cautela, ela começou a falar. — Às vezes… o fato de você amar alguém… pode machucá-lo.
— O quê? — Balzac respondeu, claramente confuso.
— Estou dizendo que… Não importa o que você faça, eu… Eu não posso corresponder aos seus sentimentos. Você não é deficiente em habilidades ou aparência, então deveria encontrar alguém melhor… Não, isso é praticamente impossível. Não pode haver ninguém melhor adequado do que eu neste mundo.
— Do que você está falando? — Perguntou Balzac.
Pela primeira vez, o sorriso habitualmente fino de Balzac foi substituído por uma confusão genuína.
— Você está fingindo ignorância porque está envergonhado? Não adianta. Já percebi seus sentimentos. — Continuou Melkith.
— Pare com isso. — Disse Balzac.
— Deve ser desde a Floresta Samar. A primeira vez que demonstrei o poder da Força Infinita, até eu tive que admitir que estava muito impressionante. Você deve ter se apaixonado por mim naquele momento. — Continuou Melkith.
— Eu pedi para você parar. — Repetiu Balzac.
— Primeiro amor. Você deve ter sido inexperiente com emoções tão devastadoras. Fugiu porque não conseguiu me encarar em Aroth. E decidiu se esconder neste deserto para tentar me esquecer, mas oh, que destino cruel! Você acabou me encontrando no deserto por acaso! — Concluiu Melkith.
— … — O argumento ridículo deixou Balzac sem saber o que dizer.
— Deixe-me ser clara: isso não é destino, então não tire conclusões precipitadas. Mesmo assim, você não pôde me deixar em paz. Por amor e preocupação, você me seguiu como um perseguidor assustador—
Melkith continuou fabricando sua história.
— Isso não é verdade. — Interrompeu Balzac, sua bochecha tremendo como se estivesse espasmando. — Juro por minha existência que nunca nutri tais sentimentos por você.
— Não há necessidade de se envergonhar. — Consolou Melkith.
— Não no passado, presente ou futuro haverá tal coisa. — Afirmou Balzac.
— Você realmente não gosta de mim? — Perguntou Melkith.
— Não. — Declarou Balzac em finalidade.
A resposta foi direta, mas Melkith ainda parecia cética. No entanto, em vez de pressionar mais, ela estalou o dedo em direção a uma parede.
Crack!
Um raio de energia saiu de seu dedo e cortou a parede inteiramente.
Com um rosnado, um mago negro caiu ao chão. Ele estivera escondendo sua presença contra a parede usando magia até Melkith eletrocutá-lo. Depois de disparar o raio, Melkith assoprou o dedo e escaneou os arredores.
Ela encontrou-se em uma masmorra após cair em uma armadilha de formiga-leão. A primeira coisa que encontrou foram quatorze magos negros. Eles saíram para capturar quaisquer vítimas que caíssem na armadilha, mas ficaram em desordem quando Melkith pousou ilesa.
Melkith foi mais rápida do que qualquer um deles. Além disso, um de seus espíritos contratados, Levin, o Rei Espírito do Relâmpago, era incomparável em velocidade até mesmo por qualquer outro rei espírito. Isso tornou impossível para os magos negros bloquearem o raio de Levin com sua magia defensiva do Quinto Círculo.
Num piscar de olhos, a situação estava completamente sob controle de Melkith. Ela havia sondado Balzac enquanto pedia a Yhanos para mapear exatamente o layout da masmorra. No entanto, ela ainda não conseguia se livrar de suas suspeitas. Continuou lançando olhares de esguelha para Balzac.
— Mestra da Torre Branca. — Chamou Balzac. Estava claro que ele havia percebido o significado por trás do olhar dela. Seu rosto ainda estava desprovido de qualquer sorriso quando encontrou os olhos de Melkith e disse: — Eu também possuo olhos para ver e uma mente para pensar.
— Se eles funcionassem corretamente, você não teria escolha senão se apaixonar por mim. — Contra-atacou Melkith.
— É porque eles funcionam tão bem que absolutamente não abrigo tais sentimentos por você. — Retrucou Balzac. Ele mais uma vez estava estabelecendo limites claros.
Balzac sentia-se um tanto prejudicado. Esta não era a primeira vez que tal mal-entendido ocorria. Balzac já havia sido interpretado erroneamente por demonstrar gentileza. Ele ainda não conseguia esquecer quando Eugene perguntou se ele era gay…
[Melkith,] uma voz ressoou em sua cabeça.
A terra tremia.
[Eu priorizei a segregação dos reféns nos outros andares,] informou a voz.
— E quanto à oficina? — Perguntou Melkith.
[Não há necessidade de você verificar pessoalmente.] A voz de Yhanos era calma, e os olhos de Melkith se tornaram frios ao ouvir sua resposta. Era claro a partir de sua resposta que Yhanos estava sendo atencioso com Melkith. Não haveria necessidade de Melkith verificar pessoalmente.
— Derrube-a. — Comandou Melkith.
[Entendido,] respondeu Yhanos.
Bruuum!
A masmorra começou a tremer violentamente. A enorme oficina subterrânea começou a desmoronar. Magos negros gritavam de terror no meio de seus experimentos enquanto tentavam resistir ao colapso. No entanto, a ira do Rei Espírito da Terra havia preenchido completamente a masmorra. Não era algo que meras dezenas de magos negros pudessem suportar.
— Onde está o mestre da masmorra? — Perguntou Melkith.
[Na parte mais profunda da masmorra. Eu consigo sentir uma presença forte lá,] respondeu Yhanos.
— Mais forte do que eu? — questionou Melkith.
[Hm… cerca de vinte e cinco por cento de sua força… talvez até mais fraco do que isso…] veio a resposta.
A pergunta estava claramente carregada. Tinha como objetivo aumentar o próprio ego de Melkith. Yhanos não queria particularmente alimentar sua grandiosidade, mas tinha que considerar que a atmosfera tinha se tornado gélida com as vítimas da oficina em mente. Sua contratante insana, embora uma maníaca, era uma boa pessoa no fundo do coração.
[Hmph! Um mago espiritual contratado comigo, Ifrit, não poderia ser mais fraco do que meros magos negros!] Ifrit se juntou à conversa.
Fwoosh!
Os arredores de Melkith de repente se encheram de chamas. Assim que as chamas de Ifrit apareceram ao seu redor, Melkith rapidamente juntou as mãos e as esfregou de maneira bajuladora.
— Minha nossa, absolutamente. Oh grande Ifrit! Alguém contratado com você nunca poderia ser mais fraco do que magos negros que nem sequer alcançaram o Oitavo Círculo! — Disse Melkith.
[Contratante! Empunhe minhas chamas para o julgamento aqui! Eu, Ifrit, nunca perdoarei aqueles vis magos negros que adoram o Rei Demônio!] Declarou Ifrit.
— Sim, entendi! — Respondeu Melkith.
[As ações vis dos magos negros são incessantes, mesmo nesta era de paz! Eles são falhos desde sua própria existência! É tolerável para os humanos sacrificar os próprios semelhantes e profanar sua dignidade ao transformar sua raça em monstros?] Gritou Ifrit.
— De fato, oh grande Ifrit! Todos os magos negros são malditos! Eles são meros cães que abandonaram seu caminho! Conceda-me o poder de incinerar esses desgraçados! — Disse Melkith apaixonadamente.
Melkith estava bem ciente do temperamento ardente de Ifrit e de seu ódio pelos magos negros. Ele havia se recusado a formar um contrato com Melkith mesmo depois de muitos pedidos, mas concordou prontamente quando ela prometeu matar Edmond em troca.
— Nem todos os magos negros são assim. — Disse Balzac ao lado.
— Oh não~ Certo~ Como você diz~ Você é um bom mago negro~ Certo~ — Melkith falou de forma zombeteira.
Qualquer um fecharia os punhos ao ouvir tais provocações, mas surpreendentemente, Balzac olhou para Melkith com um olhar de piedade enquanto perguntava:
— Por que você continua assim…?
— Por quê? Porque você está suspeitando, é por isso. Então, por que você está no deserto? — Contra-atacou Melkith.
— Eu estava simplesmente treinando como um mago, nada mais. — Respondeu Balzac.
— Por que aqui, de todos os lugares?! — Melkith exigiu uma resposta enquanto levantava o punho.
Fwoosh!
Uma chama carmesim envolveu sua mão.
— Se você não der uma resposta adequada, será hora do soco de fogo!
Seu soco foi lançado apressadamente e desajeitado, mas a chama que irrompeu exibiu uma força aterrorizante. A magia defensiva levantada pelos magos negros na frente, bem como outros vários feitiços ofensivos, foram completamente aniquilados pela chama de Ifrit.
— Um, dois! — Melkith desferiu uma combinação de socos em sucessão. Eles causaram um estrondo ensurdecedor à medida que a chama do soco esquerdo envolveu os magos negros. Eles gritaram e resistiram contra a extensão da chama diante deles, mas o fogo de Ifrit os consumiu completamente e os transformou em cinzas.
— Você quer sentir a sensação de queimação do meu soco de fogo? — Perguntou Melkith.
— Isto… é uma ameaça? — Balzac perguntou timidamente.
— Mestre da Torre Negra, dependendo do que você fizer, eu posso ser tanto um anjo quanto um demônio. Em outras palavras, eu sou tanto um anjo quanto um demônio. — Afirmou Melkith.
— Ah, sim. — Respondeu Balzac com uma expressão relutante enquanto olhava à frente.
Até momentos atrás, o corredor diante deles estava alinhado com dezenas de magos negros. Os socos de fogo desferidos por Melkith transformaram tudo em cinzas. Apesar do nome Socos de Fogo e de sua postura desajeitada, o poder era de fato formidável.
“Ela é a maga mais forte entre nós, exceto pela Sábia Sienna”, pensou Balzac.
Ele não teve escolha senão admitir. Ela era uma mestra da magia espiritual e uma Arquimaga. Ela estava contratada simultaneamente com três Reis Espirituais. Melkith El-Hayah era de fato uma candidata ao título de maga mais forte da era atual.
— Eu não posso divulgar o que estive fazendo neste deserto, Mestra da Torre Branca. É um segredo. Como um colega mago, confio que você não investigaria mais a fundo assuntos que devem ser mantidos em segredo. — Disse Balzac.
— Tudo bem, eu posso respeitar a pesquisa. Mas por que aqui, de todos os lugares? Você tem seu próprio escritório na Torre Negra, não tem? — Perguntou Melkith.
— Eu me encontro sob o olhar atento de muitos. — Respondeu Balzac. Ele ajustou os óculos enquanto falava.
Vigilância, era isso? Melkith o observou com suspeita enquanto avançava. Mesmo agora, Balzac estava envolto em uma poderosa magia de furtividade. Ele estava claramente consciente dos magos negros e de seus demônios contratados.
— Especialmente Amelia Merwin. Ela tem me vigiado e mirado abertamente. — Continuou Balzac.
— Devido à carta que você escreveu, Eugene conseguiu escapar das garras de Amelia Mervin, certo? Vocês dois não estão em bons termos? — Perguntou Melkith.
— De jeito nenhum. Uma vez, eu forneci a ela cópias de textos da Torre Negra e de Acryon por causa de seu interesse neles. — Respondeu Balzac.
A calma de Balzac não vacilou enquanto falava, enquanto os olhos de Melkith se arregalaram de choque.
— Em troca, Amelia Merwin concordou em honrar dois dos meus pedidos. A carta que dei ao Sir Eugene foi um deles. — Explicou Balzac.
— A torre! E você vazou os arquivos de Acryon?! — Gritou Melkith com raiva.
— É um segredo. — Respondeu Balzac.
— Execução por enforcamento! —Rrugiu Melkith.
— Mestra da Torre Branca, eu não esperava que você fosse tão meticulosa com essas coisas. — Comentou Balzac.
— Até eu tenho princípios que defendo! — Gritou Melkith furiosamente.
— Eu entendo que agi errado. Mas se não o tivesse feito, não teria conseguido transferir meu pedido para o Sir Eugene. Sem isso, ele nunca teria escapado ileso do domínio de Merwin naquela época. — Contra-atacou Balzac.
— Uh… bem… Certo. — Melkith assentiu relutantemente enquanto mordia os lábios.
— Amelia Merwin é uma adversária formidável, especialmente depois de se tornar o novo Cajado do Encarceramento. Ela sabe do meu envolvimento na queda de Edmond e gostaria de me capturar para extrair várias informações. E não é só ela. Todos os magos negros da Torre Negra são olhos para outros demônios. — Declarou Balzac.
— Isso faz sentido. Magos negros fazem contratos com demônios, afinal. — Respondeu Melkith.
— Sim. E por isso, me encontro em uma posição bastante precária. Enquanto sou contratado com o Rei Demônio do Encarceramento, estou em bons termos com o Herói… — Disse Balzac.
— Eu duvido que Eugene concordaria. — Melkith contra-argumentou imediatamente.
— Pelo menos eu não sou antagonista do Herói. — Balzac disse após uma pausa. — Até agora, consegui me sair bem sob vigilância, mas conforme o clima político muda, sei que a meticulosidade se tornará mais evidente. Terei que esperar interferências diretas. Além disso, a Sábia Sienna voltou a Aroth. Não é motivo suficiente para eu sair? Afinal, ela não gosta de magos negros. — Ele terminou de explicar.
— Eu também não gosto deles. — Melkith acrescentou.
— Sim… E é por isso que me estabeleci aqui no deserto de Nahama. — Concluiu Balzac.
— Se estabelecer no deserto enquanto está alerta para Amelia Merwin é suspeito. — Apontou Melkith.
— É mais escuro debaixo do lampião. Além disso, Amelia Merwin saiu do deserto, não é? — Contra-argumentou Balzac. Ele pausou antes de tocar levemente no ombro de Melkith. — O poder negro de Harpeuron está crescendo. Parece que o mestre da masmorra aqui percebeu que não podia lidar com o inimigo e fez um novo contrato.
— Mesmo? — Perguntou Melkith.
— Sim. Ele deve ter comprometido sua alma e adicionado outras condições ao contrato. Essa escalada significa que ele agora é uma ameaça. Recuar pode ser… — Balzac foi interrompido.
— Não. Eu tenho negócios com aquele Harpeuron. — Disse Melkith com uma expressão obstinada.
— Mestra da Torre Branca. Você nem sabia quem era Harpeuron até… — Balzac começou com uma expressão exasperada, apenas para ser interrompido mais uma vez.
— Não sabia? Eu sabia. — Veio a resposta confiante de Melkith.
— … — Os músculos da mandíbula de Balzac se contraíram. Ele não disse mais nada. Em vez disso, ajustou silenciosamente seus óculos e deu um passo para trás.
Na verdade, é claro, Melkith não sabia quem era Harpeuron. Como ela poderia saber o nome de um demônio de um ranking tão ambíguo? Cinquenta e sete? Mas era verdade que ela tinha negócios com Harpeuron.
“Eu quero resolver isso rapidamente”, pensou Melkith.
Ela sabia do objetivo de Eugene: destruir a masmorra para enfraquecer as forças de Amelia. Ele buscava provocar Nahama e, ao fazer isso, atrair os demônios de Helmuth.
Mas destruir todas as masmorras neste vasto deserto era trabalho demais para Melkith. Além disso, mesmo que Melkith agitasse Nahama, o Sultão não ousaria tomar medidas drásticas.
Então, a única maneira segura era atrair os demônios.
Se os demônios de Helmuth cruzassem para Nahama, o Sultão não poderia mais manter uma postura ambígua. Se as coisas progredissem dessa maneira, Melkith poderia retornar a Aroth sem mais sofrimento no deserto.
— Já que você se intrometeu tanto em meus assuntos, posso fazer algumas perguntas em troca? — Perguntou Balzac.
— Você disse que o poder negro de Harpeuron está crescendo. Por que está tentando me fazer uma pergunta em uma situação tão perigosa e tensa? — Contra-atacou Melkith.
— Você nem está tensa. — Apontou Balzac.
— Porque ele é mais fraco que eu! Mas qualquer outra pessoa estaria nervosa. Então, não faça perguntas. — Declarou Melkith.
— …… — Balzac apenas a encarou em silêncio com uma expressão evidentemente irritada.
— É uma brincadeira. Vá em frente e pergunte, Mestre da Torre Negra. Você pode fazer essa cara? Eu nunca soube. Estou vendo isso pela primeira vez. Minha nossa, quando você olha assim, é bem feroz. Ah, mas se for sobre como você se sente em relação a mim, isso é um pouco… — Disse Melkith.
— Sir Eugene. — Balzac interrompeu. Seus músculos da mandíbula se contraíram mais uma vez enquanto ele perguntava após uma breve pausa. — Ele está bem?
— Provavelmente? Eu realmente não sei o que ele está fazendo. — Respondeu Melkith.
Era mentira. Melkith estava bem ciente de que Eugene estava atualmente fazendo treinamento em Lehainjar. Mas ela não tinha intenção de divulgar isso para Balzac. Ela ainda não confiava nele.
— Ouvi dizer que a Senhorita Sienna está em Aroth. No entanto, não há rumores sobre Eugene. — Balzac sondou.
— Ele provavelmente está fazendo alguma coisa em sua mansão. — Respondeu Melkith.
— Você não pode me dizer honestamente? — Perguntou Balzac, exasperado.
— Eu disse que não sei, não disse? Mas você, você é muito suspeito. Mesmo se eu soubesse algo, o que você faria com essa informação, hein? Contar ao Rei Demônio para que ele possa matar Eugene? — Acusou Melkith.
— Eu só estava curioso. — Disse Balzac. — Se isso vai causar um mal-entendido, não vou perguntar mais…
Ele foi interrompido por um vento sinistro surgindo da escadaria. Os degraus que levavam para baixo ondulavam como se estivessem vivos. Balzac parou de falar e recuou rapidamente.
— Hehe… Kehehe…! — Uma risada arrepiante ecoou pelo espaço.
Era o mestre desta masmorra e o líder da escola Luos. Ele era um mago negro de manto negro com um turbante e uma longa barba. O mago negro levitou do chão e subiu as escadas.
— Ouvi rumores… da Mestra da Torre Branca de Aroth, Melkith El-Hayah. Ultimamente, você tem atacado masmorras sem motivo. — Afirmou o mago negro.
— Então você já ouviu falar de mim! — Disse Melkith.
— De fato. Arrogante maga de Aroth! Seu poder pode ser louvável, mas seu legado humano termina aqui hoje, Melkith El-Hayah! Você escolheu a masmorra errada para invadir. — Declarou o mago negro.
O mago negro ergueu os braços, e uma força mágica escura começou a convergir ao seu redor, formando um círculo enorme. Envolto na onipotência concedida pelo poder que ele havia obtido ao sacrificar seus discípulos, ele exclamou: — Eu sempre quis confrontar um Mestre de Torre de Aroth…! Nunca sonhei que hoje seria o dia em que realizaria esse desejo. Não tema! Eu não vou te matar. Vou infligir a você um destino pior que a morte. A partir de hoje em diante—
— Você fala demais! — Melkith interrompeu. Ela avançou com o punho para frente, misturando o poder de Ifrit com o relâmpago de Levin. — Punho de Fogo!
Um estrondo retumbante perfurou a supostamente invencível barreira de poder negro. O mago negro tossiu sangue depois de ser dominado pela força.
— O que… é isso…! — O mago negro ofegou.
— Eu sou Melkith El-Hayah!
A escada cessou suas contorções. Yhanos havia assumido o controle da terra.
O Rei Espírito da Terra proporcionou uma base estável conforme Melkith desejava. Ela pisou na plataforma e saltou para pairar acima da cabeça do mago negro. Sua pontaria foi meticulosa.
O corpo de Melkith estava envolto em raios e crepitava com energia. A chama em seus dedos do pé desenhou uma linha escarlate.
— Chute! Relâmpago!
Seu chute explodiu através da forma do mago e o despedaçou completamente, não deixando nem um pedaço de carne conforme sua forma era consumida totalmente pelo fogo. Melkith ficou a uma distância e sacudiu as cinzas de suas roupas antes de girar.
— Venha e encontre sua morte, aaaargh! — Melkith tinha a intenção de entregar uma linha dramática, mas em vez disso, ela deu um grito de choque e saltou para trás. As cinzas que haviam queimado não se dispersaram e desapareceram. Em vez disso, elas se juntaram e se coalesceram no rosto de algum monstro.
[Se acalme, Contratante. Esse é o espírito do demônio.]
[Respire fundo, Melkith.]
[Você ousa! Um demônio ousa levantar sua cabeça diante de Ifrit?!]
Os três Reis Espíritos mostraram suas reações distintas. Suas reações lançaram uma influência definitiva na área ao redor de Melkith. A terra tremeu, os raios crepitaram e as chamas dançaram.
No meio deles estava Melkith. Ela podia não ter pretendido, mas sua figura era a própria personificação de uma grande mestra da magia espiritual. A visão era impressionante e formidável.
— Oh…
Harpeuron estava classificado em quinquagésimo sétimo entre os demônios. Embora fosse uma classificação atualizada depois que metade dos demônios dos cem primeiros foram massacrados no ano anterior, a quinquagésima sétima classificação ainda era reconhecida como um demônio de alta patente mesmo em Helmuth. Mesmo que Harpeuron tivesse descido apenas como um espírito, ele sentia reverência diante da visão da grande mestra da magia espiritual.
— Notável… Uma mestra da magia espiritual contratada com vários Reis Espíritos…. Eu pensei que você empunhasse apenas uma fração de seu poder, mas você evoca todo o poder dos Reis Espíritos. — Disse Harpeuron.
O demônio riu consigo mesmo. Uma de suas masmorras havia sido completamente destruída. Isso significava que ele agora estava sem uma fonte de oferendas regulares. Como seu mestre, ele naturalmente sentia raiva, mas ao mesmo tempo, o poder de Melkith era inegavelmente impressionante.
Então ele dirigiu-se à Arquimaga à sua frente.
— Eu sou o Conde Harpeuron, classificado em quinquagésimo sétimo entre os demônios. Melkith El-Hayah… você destruiu meu—
— Idiota! — Melkith não o deixou terminar, levantando seus dedos médios desafiadoramente. — Você foi derrotado por um humano, seu maldito idiota!
— ……
— Se vangloriando de ser classificado em quinquagésimo sétimo, seu tolo patético! Verme! Estúpido! O que há para se vangloriar quando você tem cinquenta e seis acima de você!? — Melkith zombou.
As cinzas formando a visagem de Harpeuron tremeram e balançaram.
— Você é tão feio! Até os escorpiões do deserto são mais bonitos que você, seu mestiço nojento! Tire essa cara horrenda da minha vista! É nojento só de olhar! — Os ataques de Melkith eram ferozes.
— Melkith El-Hayah… — Harpeuron rosnou. As cinzas começaram a desmoronar. Elas não podiam conter sua fúria. — Eu vou te matar…. —
— Vá em frente e tente, idiota! — Desafiou Melkith.
— Eu irei… te matar. — Rosnou Harpeuron.
— Woooo!
Em resposta à ameaça de Harpeuron, Melkith gritou em triunfo.