Reencarnação Maldita - (Novel) - Capítulo 405
Capítulo 405
Raguyaran (3)
Eugene saiu da caverna com a Espada do Luar em mãos. Provavelmente, não teria sido um problema se tivessem ficado dentro, mas se a caverna realmente desabasse… ele sabia que Sienna e Anise zombariam dele.
— Por que você está dizendo que quer ir para Raguyaran? — Perguntou Sienna. Ela estava ponderando sobre os motivos da declaração repentina de Eugene.
Raguyaran era uma palavra na língua dos nativos da tundra. Na língua comum do continente, traduzia-se para Terra Que Não Deve Ser Atravessada.
— Você está tentando provar que o mundo é redondo? — Perguntou Sienna.
Essa teoria, a essa altura, não precisava de evidências diretas. Acadêmicos da antiguidade já a haviam observado e comprovado.
Ainda assim, a noção permanecia não verificada. Ninguém havia confirmado realmente com os próprios olhos se os extremos mais ao norte e mais ao sul estavam verdadeiramente conectados.
— Não é por um motivo grandioso. — Respondeu Eugene.
— Então, o que é? — Perguntou Sienna.
— Eu quero ver isso direito. — Foi a resposta dele.
A noite já havia envolvido a área externa da caverna. Não estava nevando — uma ocorrência incomum — o que permitia que o céu noturno permanecesse claro e visível. Eugene observava as inúmeras estrelas bordadas. Ali, podia-se ver o sol, a lua e as estrelas. Mas, após cruzar a fronteira monumental, além dos picos de Lehainjar, o céu passaria por uma mudança. Ele ficaria turvo. Não revelaria nada em seus mantos…
O ambiente se assemelharia… ao vazio onde Vermouth estava sentado.
— Agaroth morreu lutando contra o Rei Demônio da Destruição. — Disse Eugene.
Ele tinha memórias desconectadas como Agaroth. Sua primeira memória de Agaroth foi vê-lo no topo de uma montanha de cadáveres. E outra foi um campo de batalha saturado pelo cheiro de sangue, um lugar onde corpos eram jogados como lixo comum. Ele viu um homem cambaleando sob o peso do desespero.
No entanto, não tinha tais recordações de suas memórias das guerras de Agaroth. Mesmo como o Deus da Guerra, Agaroth não triunfava sempre nas batalhas. Ele experimentou suas derrotas. No entanto, para ele, a derrota não era motivo de desespero. Tanto a vitória quanto a derrota eram simplesmente diferentes facetas da guerra.
No entanto, o Agaroth que Eugene viu na Sala Escura estava imerso na desolação. Além disso, o campo de batalha que percorreu não era de mera derrota, mas de aniquilação total. A batalha havia concluído há muito tempo no lugar por onde ele caminhava.
Eugene tinha uma memória vaga da morte de Agaroth. O Rei Demônio da Destruição também mencionou isso. Agaroth não recuou quando o Rei Demônio da Destruição desceu na guerra contra os Nur.
Foi assim que ele encontrou seu fim.
— Se eu for para Raguyaran, de onde vem os Nur, posso encontrar minhas memórias desconexas ressoando e ressurgindo. Posso entender os vazios entre as memórias desconexas… ou entender como Agaroth lutou contra o Rei Demônio da Destruição. Posso até descobrir quão forte é o Rei Demônio da Destruição. — Explicou Eugene.
O Rei Demônio do Encarceramento não responderia a tais perguntas. Assim, Eugene nunca perguntou.
Mas ele poderia despertar memórias latentes se se aventurasse em Raguyaran — uma mera chance, mas ainda valia a tentativa. Memórias de Agaroth surgiram durante o tempo de Eugene no Mar de Solgalta. Ele havia percebido a vida antes da última, tudo devido a uma confluência de condições.
O anel de relíquia divina, a cidade afundada que uma vez adorou Agaroth, os encontros ferozes com Iris, que se tornou uma Rainha Demônio — tudo isso combinado evocou memórias distantes que estavam adormecidas profundamente.
Agora, e quanto ao presente? Ele tinha sua Espada Divina — um objeto mais poderoso do que qualquer relíquia — alojada em seu coração. Agora possuía autoconsciência de sua identidade como Agaroth.
Havia o vasto oceano que anunciava o fim da Era dos Mitos após a morte de Agaroth.
Eugene respondeu a Sienna com uma voz profunda e monótona.
Como seria lembrar não apenas de uma vida passada, mas da vida antes dessa também? Era difícil para Sienna sequer imaginar. Uma pessoa comum não se perderia? Não experimentaria a destruição de sua identidade pela confusão?
“É porque seu ego é… especial?” Sienna se perguntou.
Ele tinha sido uma existência nascida nos tempos antigos dos mitos. Ele ascendeu à divindade depois de nascer humano. Era indubitavelmente uma existência especial. Sienna, Anise e Moron assistiram enquanto Eugene caminhava alguns passos à frente antes de parar.
— Vamos começar? — Eugene perguntou.
Ele levantou a Espada do Luar em sua mão. Apenas esse simples movimento foi o suficiente para deixar Sienna e Anise tensas. Elas assumiram expressões sérias. Os três, incluindo Moron, se prepararam para quaisquer ameaças potenciais ou situações inesperadas.
— Hamel, se isso acontecer, devo cortar seu braço? Ou você prefere que eu apenas o arranque? — Moron perguntou seriamente.
— Uh… Eu não acho que chegará a isso, mas se for necessário, não seria melhor cortar abaixo do cotovelo? Ou você poderia fazer um corte limpo no pulso. — Respondeu Eugene.
— Entendido. — Moron assentiu gravemente.
Francamente, Eugene estava mais intimidado pela expressão de Moron do que pela própria Espada do Luar.
Eugene invocou a Fórmula da Chama Branca.
Ele não tinha mais as sete Estrelas. Em vez disso, o coração de Eugene agora abrigava um universo ardente com inúmeras estrelas. Mesmo o céu noturno claro visto dos picos nevados, cheios de inúmeras estrelas, parecia insignificante em comparação com o cosmos dentro de Eugene.
Cada átomo de mana se acendeu como a Chama Estelar. Se a Fórmula original da Chama Branca consistia em estrelas ressoantes e giratórias, a nova Fórmula da Chama Branca de Eugene produzia chamas das inúmeras estrelas abrigadas no universo. As chamas que ela evocava eram tão negras quanto o céu noturno.
Fwoosh!
Uma fornalha negra irrompeu, suas chamas se espalhando como tentáculos. Sienna e Anise já haviam testemunhado essa conflagração antes, mas era a primeira vez para Moron. Moron não pôde deixar de exclamar em admiração enquanto cerrava o punho ao ver.
— Magnífico. — Ele comentou.
Moron não precisava de outras palavras para expressar sua admiração pelo poder que via.
A impressão que teve foi de… força e unidade. A chama de Eugene parecia poderosa durante seu confronto anterior, mas nunca pareceu tão coesa. Naquela época, parecia que Eugene estava envolto em chamas, mas agora, parecia que Eugene tinha se tornado a chama.
— Hamel, se lutássemos agora… não seria tão fácil eu vencer como da última vez. — Comentou Moron.
— Desculpe estragar a sua festa, mas se eu tivesse minha arma naquela época, eu teria vencido. — Retrucou Eugene.
— Hmm… — Moron fez um som de aprovação não comprometido.
— Agora, bem, se lutássemos mano a mano sem armas, algo que é completamente vantajoso para você… eu imagino que ainda me sairia bem. Então, está resolvido, não é? — Continuou Eugene.
Embora ele não estivesse particularmente ansioso para se vangloriar, o elogio que recebeu de Moron foi realmente animador. No entanto, a expressão de Moron parecia um tanto desconfortável.
Moron gostava de Hamel como amigo e o admirava como guerreiro. No entanto, mesmo que gostasse e admirasse Hamel, nunca considerou a si mesmo mais fraco do que Hamel…
— Então talvez devêssemos testar nossas forças da próxima vez. — Sugeriu Moron.
— Vocês dois são crianças? Quem se importa com qual de vocês é mais forte? — Interrompeu Sienna.
— Isso não tem nada a ver com idade. É importante. Mesmo você, Sienna, quando o Mestre da Torre Verde—
Eugene começou.
— O antigo Mestre da Torre Verde. — Corrigiu Sienna.
— Sim, sim… Quando o antigo Mestre da Torre Verde subestimou você só um pouco, você enlouqueceu instantaneamente e o espancou. — Continuou Eugene.
— O espancou? Diga direito! Eu não o espanquei. Eu simplesmente o orientei como sua sênior. E, de qualquer forma, como isso é remotamente parecido com a situação atual? Eu criei a Fórmula Mágica do Círculo que ele usa! Quando alguém age tão insolentemente e mostra nenhum respeito por uma sênior respeitada, é justo que receba uma lição! — Retrucou Sienna.
— Qual é a diferença entre os dois…? — Anise sussurrou baixinho depois de ouvir a troca deles.
Era a mesma coisa que três séculos atrás, mas Hamel e Sienna tinham personalidades notavelmente semelhantes. Talvez fosse por isso que se davam tão bem.
Anise já havia invejado a semelhança deles. No entanto, ela nunca quis ser tão frívola quanto eles. Imaginava que teria que renunciar a uma parte de sua dignidade como ser humano se quisesse se tornar tão desajeitada e leviana quanto eles.
A Espada do Luar foi retirada da bainha. No passado, a Espada do Luar brilhava com luz do luar quando era retirada, como se estivesse impregnada de mana. Mas nenhum fenômeno desse tipo ocorreu desta vez.
Não havia luz do luar. Em vez do brilho habitual, a Espada do Luar parecia quase frágil e diminuída depois de ser retirada da bainha. Embora as peças que Eugene recuperou da mina nas Colinas Kazard ainda estivessem intactas e no lugar, parecia que a lâmina poderia se despedaçar a qualquer momento.
— Isso é utilizável? — Sienna perguntou sem baixar a guarda.
Em vez de responder, Eugene levantou lentamente a Espada do Luar ao seu lado.
Fwoosh!
As chamas negras que envolviam Eugene foram transferidas lentamente para a lâmina.
A Espada do Luar se desintegrou. A lâmina já parecia prestes a quebrar, e, uma vez que a chama negra a lavou, a lâmina se desfez silenciosamente. As centenas de fragmentos da lâmina se dispersaram.
O espetáculo fez Sienna gritar de surpresa. Anise lançou um feitiço divino em resposta, e Moron deu meio passo à frente. Embora a destruição repentina da Espada do Luar assustasse Eugene também, ele levantou a mão como um sinal para que o grupo aguardasse. Ele não sentiu nenhuma ameaça imediata da Espada do Luar.
De fato, os fragmentos dispersos da Espada do Luar não voaram como em uma explosão. Em vez disso, os pedaços pairavam ao redor de Eugene e do punho da espada como se estivessem congelados no tempo. Todos os pedaços permaneciam precisamente dentro do alcance das chamas de Eugene.
Depois, os fragmentos flutuaram seguindo o fluxo das chamas. Cada uma das peças pousou sobre uma faísca.
Foi uma unificação, ao contrário daquela alcançada durante a batalha com Iris. A unificação anterior resultou da raiva e irritação de Eugene materializadas pela força.
Ele esmagou o punho com força bruta e derramou sua mana para dominar a luz do luar. Embora ele tenha eventualmente conseguido fazer a luz do luar e sua mana coexistirem, ele não conseguiu controlar completamente a luz do luar e a fez se descontrolar.
Mas agora, elas se moviam em harmonia. Eugene observou os fragmentos flutuantes com olhos calmos.
Os fragmentos obedeceram à sua vontade e se reuniram ao chamado de sua intenção.
Clank!
Centenas de fragmentos aderiram ao punho da espada e começaram a formar a lâmina. A lâmina resultante ainda era apenas metade de sua forma original, mas ao contrário do passado, estava firmemente ligada sem fissuras.
Woooosh…!
A luz do luar começou a florescer dentro das chamas negras. A Espada do Luar não estava mais completamente desprovida de poder, mas novamente revelou sua aura sinistra como antes.
No entanto, neste momento, até a aura aterrorizante da Espada do Luar estava completamente sob o domínio de Eugene. Sua vontade não foi engolida pela loucura da espada.
— Pelos deuses… — Sienna murmurou, quase inconscientemente.
Sienna tinha estado ao lado de Eugene quando a Espada do Luar ficou fora de controle. Ela ainda se lembrava do sentimento avassalador e ameaçador que havia recebido.
A aura sinistra da Espada do Luar de Eugene naquela época superou até mesmo a de Vermouth. Enquanto a Espada do Luar de Vermouth permaneceu sob seu controle, mesmo que não pudesse diferenciar seus alvos, a que Eugene empunhava no mar parecia desejar consumir tudo, inclusive Eugene.
Mas agora… as coisas eram diferentes. A luz do luar ainda era assustadora. Seu brilho ameaçador era mais do que suficiente para distorcer a mente e revirar o estômago. No entanto, paradoxalmente, a mistura da luz do luar ameaçadora e das chamas negras se assemelhava a um céu noturno magnífico.
— Hamel…! — Moron gritou de repente. Ele estava observando Eugene com olhos vazios até então.
Seu olhar estava fixo atrás de Eugene, onde uma criatura estava se erguendo.
O protetor da montanha nevada havia falado anteriormente sobre o Nur. Ele o descreveu como sendo uma criatura, mas não uma criatura. Não era uma besta demoníaca também, mas algo completamente diferente. Embora o protetor não soubesse a origem dos Nur, já que o termo criatura era amplo e abrangente, ele deu uma descrição adequada.
Essas criaturas, os prenúncios da destruição, sempre apareciam repentinamente. Elas não eram acompanhadas por distorções no espaço ou fenômenos semelhantes. Em vez disso, elas simplesmente apareciam. Eugene virou a cabeça depois de sentir a existência atrás dele.
Ele já tinha visto um Nur antes. Ele tinha visto uma criatura tão alta quanto um gigante com chifres na cabeça. No entanto, nem todos os Nur se pareciam com isso. Mesmo o Nur que ele tinha visto durante os tempos antigos parecia diferente e monstruosamente único.
Os que ele via agora eram diferentes dos que havia visto. Uma dúzia deles, cada um tão alto quanto gigantes, olhavam para Eugene de cima.
Enfrentando seus olhos sinistros, respiração rouca e a aura ameaçadora que emitiam, Eugene ficou certo de que eram os mesmos monstros da Era dos Mitos.
— Hamel! Recue! — Moron gritou de trás.
Não foi um grito que Eugene entendeu. Como essas criaturas poderiam ser uma ameaça que justificasse recuo? Talvez Moron achasse que Eugene estava muito absorvido pela Espada do Luar para se envolver em combate.
No entanto, não foi o caso. A união com a Espada do Luar estava completa. Eugene estava mais do que pronto para a batalha.
Deveria testar quão afiada estava sua lâmina? Com tal pensamento, ele ergueu a Espada do Luar meio-formada e apontou-a para o grupo de Nur.
Tum.
Ele estava esperando que eles avançassem em sua direção. Mas, contrariando seus pensamentos, todos os Nur se ajoelharam simultaneamente diante dele. Medo girava nos olhos de cada Nur enquanto olhavam para a luz do luar ardente dentro das chamas negras.
Não havia loucura, sede de sangue e selvageria restante nos monstros. Embora essas bestas simples não possuíssem a capacidade de reverenciar ou admirar, sentiam um terror inegável em relação à Espada do Luar.
— Como pode ser isso…? — Moron murmurou incrédulo.
Era a primeira vez que ele via os Nur de joelhos. O rosto de Moron estava tingido de descrença enquanto se aproximava dos Nur.
Ele havia matado inúmeros Nur por mais de um século. Ele havia feito várias tentativas de obter uma compreensão mais profunda dos Nur. Ele os deixara quebrados, mas vivos, os torturara e até mesmo havia mantido alguns deles como reféns na remota possibilidade de que possuíssem alguma consciência tribal.
Mas nenhuma de suas tentativas havia sido frutífera. Era impossível se comunicar com os Nur ou entendê-los. Pareciam não sentir nem medo nem dor.
Mas agora… a emoção em seus olhos era inconfundivelmente de terror.
— Hamel, o que você fez agora? — Perguntou Moron.
— Hmm… — Eugene murmurou pensativamente. Depois de dar uma breve olhada na Espada do Luar, uma ponta de desgosto apareceu no rosto de Eugene. De fato, ele não estava muito satisfeito.
— Parece que eles sentiram seu mestre nesta luz. — Respondeu Eugene.
A Espada do Luar era a Espada da Destruição. A malevolência que ela continha era imensa e, agora, sua perversidade parecia estar suprimida pelas chamas de Eugene. De certa forma, a malícia da lâmina poderia ser dita como fundida com as chamas que Eugene produzia. Eugene balançou a Espada do Luar enquanto clicava a língua.
Ela deixou para trás um arco suave de luz do luar. O golpe fluído cortou os pescoços de todos os Nur presentes. Mas mesmo enquanto suas cabeças caíam, nenhum deles gritava nem recuava. Suas cabeças foram removidas e caíram no chão, mas nenhum sangue fluía das incisões.
No momento em que as cabeças dos Nur tocaram o chão coberto de neve, a atmosfera mudou subitamente.
Num piscar de olhos, eles não estavam mais no mesmo lugar. Em vez disso, estavam do outro lado de Lehainjar, onde Moron havia descartado os cadáveres dos Nur por mais de um século.
— O que está acontecendo? — Eugene perguntou surpreso, virando sua atenção para Moron. — Você deveria ter dito algo antes de abrir a barreira!
Mesmo na morte, os Nur emitiam uma aura terrível de malevolência. Enterrá-los ou queimá-los não se livraria dessa malevolência. Se mais desses cadáveres monstruosos se acumulassem, as montanhas nevadas e o mundo seriam afetados. Portanto, os corpos dos Nur tinham que ser enterrados em um reino separado da realidade.
Moron parecia ter aberto a passagem para o outro lado para descartar os corpos, ou pelo menos, era isso que Eugene pensava.
— Não, n-não fui eu. — Mas Moron respondeu com uma expressão perplexa. Os olhos de Eugene se arregalaram de choque depois de ouvir as palavras de Moron.
Se não foi Moron o responsável, por que eles foram transportados subitamente para o outro lado?
“A Espada do Luar?” Eugene pensou.
Durante a busca inicial por Moron, Eugene havia usado a Espada do Luar como chave para entrar no outro lado de Lehainjar.
Mas o fenômeno agora não era diferente do que era naquela época? Eugene examinou seus arredores com uma expressão confusa.
O lado oposto do Grande Canyon do Martelo em Lehainjar era um lugar onde tudo era grotescamente distorcido, muito parecido com Helmuth de trezentos anos atrás. Era um lugar de pesadelos humanos, uma terra de terreno irregular e montanhas afiadas e encharcadas torcidas em agonia.
Se uma criança com habilidades artísticas pobres tivesse representado o inferno, se pareceria com isso.
Tudo ali havia sido corrompido pelo miasma emanado dos corpos dos Nur. Originalmente, esse espaço refletia as montanhas nevadas, mas ao longo de um século, as emanações tóxicas dos cadáveres acumulados haviam transformado a paisagem em uma cena infernal.
— ……
A Espada do Luar estava vibrando. Eugene deu um salto antes de encarar a espada.
Ela estava consumindo.
Era assim que parecia. A luz do luar da espada estava absorvendo a toxicidade e a malevolência deste mundo. Ela estava se alimentando e aumentando sua massa.
Zzzzz!
A luz do luar começou a girar ao redor de Eugene.
— Eu sabia que isso ia acontecer! — Sienna gritou levantando Nevasca bem alto.
Moron segurou seu machado com um pensamento semelhante. Eugene ainda achava as reações deles aterrorizantes. Ele levantou a Espada do Luar e gritou veementemente:
— Não! Eu estou bem!
— Bem, nada! Você não parece nada bem! — Gritou Sienna.
— Não, estou realmente bem! Solta o machado, Moron, seu desgraçado! — Eugene implorou.
Não era mentira. O senso de identidade de Eugene estava claro, e a Espada do Luar ainda estava sob seu controle. Era apenas que o miasma e a malevolência fundidos neste espaço estavam girando ao redor dele por conta própria.
— Então, por que isso está acontecendo—
Anise não teve a oportunidade de terminar sua pergunta. Em vez disso, seus olhos se arregalaram de espanto com a visão diante dela.
A luz do luar giratória começou a fluir para dentro da Espada do Luar.
Então, a luz do luar começou a formar a peça ausente da lâmina bipartida.