Reencarnação Maldita - (Novel) - Capítulo 262
Capítulo 262
Jagon (2)
Ramira estava ansiosa para terminar aquele dia como um dia perfeito, lindo e histórico. Na noite anterior, Ramira imprimiu sua figura nobre nas pessoas do Castelo do Dragão Demoníaco com uma marcha esplêndida, tão grandiosa quanto o maior dos carnavais. Então naquele dia, ela havia começado seu primeiro dia como vice lorde do Castelo. Ela passou o dia sentada no trono no último andar do Castelo do Dragão Demoníaco, recebendo os vassalos do castelo um por um e aceitando suas boas-vindas.
Depois de aceitar as saudações dos vassalos, Ramira voltou sua atenção para os relatórios sobre os acontecimentos do Castelo. Embora não compreendesse totalmente o seu conteúdo, era evidente para ela que eram meras formalidades, sem qualquer importância significativa.
Deixada com pouco o que fazer, Ramira sentou-se no trono, balançando a cabeça enquanto ouvia os relatórios formais. Mesmo este pequeno gesto encheu-a de alegria e orgulho, pois apreciou a oportunidade de sentar-se no trono e deixar para trás a sua vida isolada no palácio.
Ao longo do dia, Ramira recebia vassalos, ouvia relatórios e fazia as suas refeições. Ela até deu um passeio pelo castelo. À medida que o dia avançava, ela planejava andar mais uma vez pelas ruas em sua carruagem florida, semelhante ao dia anterior. Ramira queria garantir que todos no castelo tivessem a oportunidade de testemunhar a sua esplêndida marcha, caso alguém a tivesse perdido no dia anterior devido a circunstâncias inevitáveis.
Como vice lorde, era crucial para Ramira tornar sua presença conhecida por todos no Castelo do Dragão Demoníaco. Na verdade, era imperativo que ela deixasse uma marca indelével como Duquesa Dragão. Para conseguir isso, ela sabia que teria que realizar uma marcha ainda mais magnífica e animada que a do dia anterior. Era absolutamente necessário, sem dúvidas. Divulgar seu nome por toda parte era de extrema importância para ela, e Ramira estava determinada a alcançá-lo.
No entanto, foi exatamente no momento em que ela estava falando sobre outra marcha que a barreira do Castelo do Dragão Demoníaco foi quebrada. Uma unidade de bestas demoníacas voadoras lideradas pelo Conde Karad quebrou os portões do castelo, e vários mercenários do Povo Fera corriam soltos pela cidade, causando caos e destruição em seu rastro.
— O-O que essa senhorita deve fazer? — Perguntou Ramira enquanto agarrava o braço do trono e recuava.
Do trono, ela podia perceber claramente a confusão e a agitação nas expressões dos vassalos.
— Sem chance… I-Isso não pode ser… — Aquele que murmurou com um olhar de descrença foi um dos Quatro Generais Divinos, o responsável pelas relações exteriores.
Ele acenou com a mão no ar, e o sistema do Castelo do Dragão Demoníaco mostrou uma vista das ruas. Era realmente horrível. Os edifícios estavam em ruínas e as ruas foram destruídas de forma irreconhecível. Embora nenhum corpo intacto fosse visível, as manchas de sangue espalhadas e os ossos fragmentados sugeriam o destino horrível sofrido pelos habitantes do castelo.
— O-O que aconteceu com a barreira? — Perguntou Ramira.
— Foi completamente destruída… D-Deve levar pelo menos uma hora para que ele se restaure. — Respondeu um dos outros Quatro Generais Divinos.
— Qual é o sentido de restaurar a barreira quando o inimigo já invadiu? N-Não temos um sistema de interceptação instalado? — Perguntou Ramira.
— Não temos essa magia. — Murmurou o general de guerra.
A voz do Secretário-Geral foi a próxima a ecoar pela Câmara.
Era evidente que ele se sentiu frustrado quando se virou para o General de Guerra e cuspiu:
— A proteção do Castelo do Dragão Demoníaco recai sobre você. Então, por que está sentado aqui enquanto nossos soldados e bestas demoníacas estão lá fora, enfrentando o inimigo? Que tipo de líder você é?
Os dois homens eram membros dos Quatro Generais Divinos e tinham alguma lealdade mútua um com o outro. No entanto, a lealdade mútua significava pouco neste momento; tudo o que importava era a sua própria sobrevivência.
O rosto do General de Guerra se contorceu em uma carranca com as palavras do outro general. Era um fato inegável que o general de guerra já havia sido o mais forte entre os Quatro Generais Divinos, mas trezentos anos de paz entorpeceram suas habilidades. Ele nem conseguia se lembrar da última vez que lutou em uma batalha ou competição real, e as memórias continuaram a desaparecer a cada ano que passava. Na verdade, ele nem conseguia se lembrar de como havia lutado no passado.
— Essa… Emboscada é muito repentina, muito inesperada. Nosso exército não está preparado. Portanto, seria melhor que nossa Lorde desse um passo à frente e persuadisse o comandante inimigo. — Sugeriu o general de guerra.
— Do que diabos você está falando? Eles já destruíram a barreira e estão massacrando todos na cidade! Eles já romperam os portões! gritou o secretário-geral, com a voz urgente e cheia de pânico.
“Ele não está se envolvendo muito nisso?” O general de guerra não pôde deixar de assumir uma expressão perplexa ao ouvir as palavras frenéticas do secretário-geral.
O plano original era oferecer todas as riquezas do Castelo e a Duquesa Dragão ao Conde Karad. Os Quatro Generais Divinos planejavam partir para os resorts de Helmuth sob a proteção tácita do Conde Karad, com a garantia de que seus bens permaneceriam intocados.
— General das Finanças, o que está acontecendo aqui? Você não disse que mostrou sinceridade suficiente ao Conde Karad?
— Quê…? Não sei. Eu não ouvi nada sobre uma emboscada…
— Tem certeza de que nossas vidas estão garantidas?
O General das Relações Exteriores e o General das Finanças conversaram entre si em voz baixa. A conversa deles estava em um volume baixo demais para que os vassalos nos assentos inferiores pudessem ouvir. Com as vozes agora silenciadas pelo medo, o General das Relações Exteriores e o General das Finanças tremiam em seus assentos.
Ramira se viu na mesma situação que os demais. O intruso humano não identificado estava correto em suas previsões e Ramira não sabia como proceder.
Ela nunca havia sido treinada para lidar com uma situação tão inesperada. As palavras do intruso ecoaram em sua mente:
— Ficar quieta. Mas por quanto tempo? Como ela poderia confiar em suas palavras quando não sabia nada sobre ele?
Ramira ficou desamparada enquanto observava o caos que se desenrolava nas ruas, cenas angustiantes iluminadas pelo sistema de vigilância do castelo. Os mercenários do Povo Fera dos inimigos se aproximavam, saqueando a cidade à medida que avançavam, enquanto as forças do Conde Karad lançavam fogo de artilharia vindo de cima. Ramira só pôde testemunhar a destruição, incapaz de fazer qualquer coisa para impedi-la.
— Milady.
— Agora é a hora de você tomar uma decisão como uma lorde.
— Por favor, tome uma decisão honrosa condizente com o sangue do Dragão Negro.
Uma decisão honrosa? Que diabos era considerada uma decisão honrosa a ser tomada neste momento, principalmente quando ela morreria em pouco tempo? O intruso humano dissera que sua morte ocorreria em poucos dias, mas fazia apenas um dia desde que ele a avisou.
—Provavelmente cortarão sua cabeça e a colocarão no portão do Castelo do Dragão Demoníaco.
Isso não era mais fisicamente possível, pois os portões já haviam caído, mas Ramira não pôde deixar de levar a mão ao pescoço enquanto respirava pesadamente.
—Ou talvez eles a empalem com uma estaca na virilha e a coloquem em exibição na frente do portão.
Seria… Possível morrer de uma forma tão horrível? Ramira apertou as pernas enquanto mordia os lábios.
— Ou talvez decidam desmembrá-la, um membro de cada vez.
Seus dentes começaram a bater.
—É um método de execução brutal preferido pelos elfos negros. Eles forçam suas vítimas a se ajoelharem, abrem seus estômagos e arrancam seus intestinos enquanto ainda estão vivos…
— Ugh…
O estômago de Ramira começou a latejar de dor e ela choramingou com a mão em concha sobre a boca. Era uma visão indigna, verdadeiramente inadequada para um dragão. No entanto, enquanto fazia isso, os Quatro Generais Divinos e os outros vassalos tinham os olhos fixos nela.
Consciente de seus olhares, Ramira pigarreou e gaguejou apressadamente:
— E-Esta senhorita é a Lorde do Castelo do Dragão Demoníaco. E-Então, ela cumprirá sua devida obrigação e… Cumprirá seus deveres.
Apesar do que ela disse, Ramira não tinha intenção de realmente cumprir os seus deveres de Lorde, é claro.
Eugene estava totalmente de acordo com o plano de Ramira. Sua intenção era tirá-la do Castelo do Dragão Demoníaco e levá-la para a Floresta Samar, não deixá-la se envolver em algo estúpido como seus deveres de lorde.
Então, ele invadiu. Não demorou muito. O Flash Trovejante e a proeminência formavam uma ótima dupla quando se tratava de velocidade. Na verdade, este era o mais rápido que Eugene conseguia acelerar sem usar a Ignição.
Os vassalos do castelo foram pegos de surpresa pelos movimentos rápidos de Eugene. Antes que alguém pudesse reagir, ele já havia aparecido bem na frente de Ramira, à vista de todos.
— Ah. — Ramira pronunciou.
Ela também não percebeu a presença de Eugene até que ele ficou bem na frente dela. Ramira estava tão preocupada com seu próprio desespero e medo da morte, mas assim que Eugene apareceu diante dela tudo mudou. Ela pulou do trono e estendeu a mão em direção aos vassalos de rosto inexpressivo, com as mangas esvoaçando no movimento repentino.
Ramira riu e disse:
— Ahahaha! Seus vassalos desleais! Esta senhorita não tem intenção de morrer com vocês, porcos! Naturalmente! Ela não desistirá de sua preciosa vida por vocês, idiotas desleais!
— M-Milady?
As emoções de Ramira ferveram.
Com um olhar enlouquecido, ela soltou uma risada penetrante enquanto gritava insultos e maldições.
— Oh, seu castelo amaldiçoado que se atreveu a conter esta senhorita! Vocês, porcos que se autodenominam os Quatro Generais Divinos e tentaram me usar! Caiam com este castelo e retornem ao solo de onde vieram! Ahahaha! Ahahahaha!
Sua risada continuou quando ela de repente deu um pulo e se agarrou ao braço de Eugene.
Eugene ficou surpreso com a súbita intimidade de Ramira, sem saber o que fazer com isso. Ele instintivamente a sacudiu, fazendo-a cair no chão. Ramira olhou para ele com uma mistura de medo e confusão. Seus olhos tremiam enquanto ela tentava processar o que acabara de acontecer.
Ele mudou de ideia? Estava planejando deixá-la para trás para morrer? Foi apenas por um breve momento, mas todos os tipos de pensamentos horríveis e desespero passaram pela cabeça de Ramira.
— Levante-se. — Disse Eugene.
Ele não sentia simpatia por Ramira por causa de seus olhos trêmulos. Afinal, simplesmente não queria que ela fosse pendurada em seu braço. Eugene estendeu a mão para Ramira, e só isso trouxe o foco de volta aos olhos dela. Ela pegou a mão dele com um suspiro de alívio.
— M-Milady! Os Quatro Generais Divinos tardiamente recuperaram o juízo e correram em direção a Eugene e Ramira.
Fwoosh!
Eugene criou um círculo de fogo usando sua habilidade, Proeminência. Os Quatro Generais Divinos foram incapazes de romper a intensa onda de mana — as chamas e correntes de ar quente que o cercavam. Eugene aproveitou a oportunidade para puxar Ramira para seus braços, segurando-a perto do peito.
No momento seguinte, os vassalos do Castelo do Dragão Demoníaco olharam para o trono com expressões atordoadas. Embora a corrente de ar quente permanecesse, eles não conseguiam mais ver o intruso e a Duquesa Dragão em lugar nenhum.
— Eles não podem ter ido longe. Devemos ir atrás deles agora e…
— Espera, espera! Vamos deixar os dois e ir até o Conde Karad. — Disse o General das Relações Exteriores enquanto levantava as duas mãos.
Ele tomou essa decisão, porque parecia impossível tirar a Duquesa Dragão de volta do intruso. O General das Relações Exteriores sabia que ele e os outros generais eram gordos e velhos, enquanto o intruso parecia extremamente habilidoso. Portanto, pensou que seria melhor ir até o Conde Karad, informá-lo sobre o sequestro da Duquesa Dragão e pedir-lhe uma garantia de sua proteção e direitos.
— Essa é realmente uma boa ideia. Até o Secretário-Geral, que estava ocupado fingindo ser leal à Duquesa Dragão, concordou com a cabeça.
— O que vocês estão olhando? Se vocês se preocupam com suas vidas, é melhor fugirem! — Gritou o General de Guerra quando os outros vassalos olharam para os quatro generais com olhos ressentidos.
A sobrevivência dos outros vassalos e dos residentes do Castelo do Dragão Demoníaco não era da conta dos generais.
— Kyaah! — Ramira soltou um grito estridente ao sentir seu corpo sendo sacudido pela aceleração repentina.
Foi uma aceleração repentina que teria sido intolerável para os humanos. Na verdade, a taxa de aceleração também seria algo insuportável para a maioria dos não-humanos. Até Ramira, um filhote de dragão, sentiu como se todo o seu corpo estivesse sendo golpeado.
— Ah…
Quando os breves gritos de Ramira cessaram, Ramira e Eugene pararam e agora estavam em um corredor localizado longe da sala do trono.
Ramira fechou a boca e olhou para Eugene, murmurando:
— Uh…
— Vamos para o porão. — Disse Eugene com uma expressão calma antes de assumir a liderança.
Ele soltou a mão de Ramira e ela seguiu atrás dele enquanto acariciava seu pulso rígido.
— V-Você, por que chegou tão tarde? Se chegasse um pouco mais tarde, esta senhorita teria sido sacrificada por aqueles porcos. — Lamentou Ramira.
Não valia a pena responder, então Eugene nem se preocupou em olhar para trás.
No entanto, Ramira continuou a falar enquanto seguia seus passos.
Ela disse:
— Esta senhorita estava… Assustada por causa do seu comportamento insensível e ignorante! Esta senhorita, a Duquesa Dragão, é um dragão! Pensar que uma coisa tão vergonhosa aconteceu… V-Você! Diga a esta senhorita o quanto sente muito por estar atrasado…
Ouvir os gemidos contínuos de Ramira irritou Eugene, então virou a cabeça para encará-la. Seu olhar feroz fez Ramira instantaneamente colocar as duas mãos sobre a boca, e ela começou a suar frio enquanto forçava um sorriso obsequioso com os olhos.
— O núcleo está na parte inferior do Castelo do Dragão Demoníaco. Esta senhorita irá guiá-lo até lá pessoalmente. — Disse Ramira.
— Eu não preciso que você faça isso. Apenas certifique-se de me acompanhar. — Respondeu Eugene.
Ele estava se aproximando de seu destino tão rapidamente, não simplesmente porque havia voado a toda velocidade. Durante o reconhecimento do castelo, Eugene fez questão de espalhar as penas da Proeminência por toda parte. Como resultado, ele estava familiarizado com todos os corredores do Castelo do Dragão Demoníaco, embora fosse sua primeira vez ali.
Se estivesse sozinho, Eugene poderia saltar para os locais das penas. Porém, era impossível fazê-lo já que estava com Ramira. Como tal, Eugene localizou o caminho e gradualmente desceu até o porão.
O núcleo do Castelo do Dragão Demoníaco não estava particularmente escondido, pois era necessário verificar se havia alguma anormalidade no caso de ocorrências inesperadas. No entanto, era uma longa distância até lá. Talvez porque sustentasse o enorme castelo e a sua extensão de terra. Levaria muito tempo para chegar ao núcleo se ele descesse as escadas.
No entanto, Eugene não precisava. De repente, ele agarrou o pulso de Ramira e pulou direto para o pé da escada.
— Argggh! — Ramira gritou.
Eugene manteve sua velocidade implacável, impulsionando ele e Ramira pelo ar. Ela pendia molemente em suas mãos, seu corpo balançando como uma marionete sem vida.
Crash!
Assim que os dois chegaram ao fundo, Eugene soltou impiedosamente o pulso dela e Ramira rolou várias vezes no chão devido ao impulso da queda.
— Braço! O braço desta senhorita! — Ela gritou.
Não havia nada de errado com o braço dela, no entanto. Não foi quebrado, puxado ou deslocado. Sua pele, carne, músculos e ossos ainda eram de um dragão, embora estivesse em forma humana. Mesmo assim, seu braço ainda doía tanto que Ramira não pôde deixar de pensar que estava quebrado ou deslocado.
— Eu realmente não queria dizer isso, mas garota, você é mesmo um dragão? — Perguntou Eugene.
— Você está duvidando do sangue desta senhorita? Esta senhorita é a única carne e sangue do Dragão Negro…
— É isso que estou dizendo. Por que você age assim quando é um dragão orgulhoso? Não tem dignidade e tudo o que faz é exagerar. — Repreendeu Eugene.
Os lábios de Ramira se curvaram em desgosto quando as palavras de Eugene atingiram um ponto sensível. Ela bufou enquanto massageava silenciosamente o pulso latejante.
— Você foi muito mau, Sir Eugene. — Disse Mer depois de enfiar a cabeça para fora.
— O que você quer dizer com eu sou muito mau? — Resmungou Eugene.
— Ao contrário de mim, ela nunca recebeu nenhum amor ou educação de seu criador. É por isso que é tão estúpida e indigna. É por isso que exagera tanto também. — Respondeu Mer.
— Sua criaturinha parecida com um rato. Você tem coragem de zombar desta senhorita, filha única do Dragão Negro? Esta senhorita, que é um dragão — os progenitores da magia?! — Argumentou Ramira.
— Não sei do que há para se orgulhar em ser filha do Dragão Negro. — Mer zombou. — Mas você parece tão feliz por ser filha daquele maluco do Dragão Negro. Não sei por que se sente tão orgulhosa quando está crescendo para ser comida como uma galinha.
— O que você está falando? — Perguntou Ramira com um olhar confuso.
Eugene planejava ignorar a discussão infantil, mas lançou um olhar para Mer quando ela mencionou a última parte.
— Sinto muito. — Resmungou Mer enquanto fazia beicinho.
Eugene deu-lhe um leve aceno de cabeça e depois voltou sua atenção para o núcleo à sua frente.
O objeto diante deles era uma enorme esfera feita inteiramente de ouro puro. Sua superfície era lisa e polida, quase como um espelho, com pouquíssimas impurezas visíveis. A esfera era facilmente tão grande quanto uma mansão.
— Maldito maluco. — Murmurou Eugene.
O ouro era um metal altamente condutor de mana. No entanto, era ineficiente em comparação com materiais como mithril e oricalco, e era muito maleável para ser usado na fabricação de armas ou armaduras.
No entanto, parecia que tais coisas não importavam para Raizakia. Desde os tempos antigos, os dragões eram conhecidos por seu amor pelo ouro brilhante. Naturalmente, como dragão, Raizakia também era naturalmente atraído pelo ouro. Ele também era conhecido por gostar de exibir sua riqueza. Eugene poderia facilmente imaginar como a esfera grande e lisa havia sido construída, visto que Raizakia tinha um número substancial de anões sob seu comando.
O Dragão Negro provavelmente devorou alguns dos anões para dar o exemplo. Então os anões restantes teriam cedido às suas exigências por medo da morte, criando uma esfera perfeita de ouro que capturaria de forma brilhante a magia de Raizakia.
A esfera estava fortemente gravada com as inscrições da magia de Raizakia. Eugene lentamente alcançou o núcleo. Era um objeto de magia inspirador. Se pudesse levá-lo de volta para Aroth, certamente lhe renderia um lugar nos andares mais altos de Acryon. No entanto, ele não tinha intenção de fazê-lo.
— Hum…
Antes que Eugene percebesse, a discussão entre as duas crianças acabou e Ramira hesitou antes de falar com Eugene atrás dele.
Ela finalmente perguntou:
— Quanto tempo você vai ficar assim?
Boom… Boom…
As vibrações de cima estavam se tornando gradualmente mais fortes, indicando que as batalhas que haviam começado à distância estavam agora se aproximando do Castelo do Dragão Demoníaco.
— Como esta senhorita disse ontem, a menos que você quebre o núcleo, será impossível para esta senhorita deixar o Castelo… V-Você deve destruir o núcleo agora mesmo e nos tirar daqui. — Disse Ramira.
Eugene não respondeu e continuou a olhar para o núcleo.
Booooom…!
A poeira começou a cair do teto, acompanhando uma forte explosão.
Wooooooo…!
Ramira sentiu como se o sangue que circulava por seu corpo vibrasse em uníssono com as explosões.
Ela separou os lábios enquanto tremia e falou novamente:
— Olhe… Intruso. E-Esta senhorita está começando a ficar um pouco assustada. Por que você está tão parado…? N-Não me diga… Que é impossível quebrar o núcleo? V-V-Você decidiu fugir sozinho e abandonar essa senhorita?
Era impossível quebrar o núcleo? Não, era perfeitamente possível. A esfera era requintada e bem trabalhada, mas não era algo que Eugene não pudesse destruir com a Espada do Luar. A razão pela qual Eugene estava parado era porque ele estava pensando seriamente em algo.
— Sir Eugene. — Gritou Mer depois de reconhecer as preocupações de Eugene. Ela balançou a cabeça com uma expressão de descontentamento. — Mesmo que você não leve em consideração os problemas que terá mais tarde, deveria estar fazendo algo assim?
— Noir Giabella não vai me matar imediatamente. Em vez disso, ela ficaria ainda mais feliz se soubesse quem eu sou. Ela tentará tornar as coisas convenientes para mim pelo bem do futuro. — Eugene respondeu com uma sutil mudança de tom.
Ao ouvir isso, Mer sabia muito bem que o atual Eugene estava mais próximo de Hamel Dynas, Hamel, o Tolo. Isso significava que ela não poderia persuadi-lo em seu estado atual.
— Só o vi por um momento, mas Jagon com certeza é um maldito perigoso. — Murmurou Eugene com um aceno de cabeça.
Fwooosh!
Sua mana explodiu em forma de uma chama roxa.
— Então, vou matá-lo antes de partir.