Reencarnação Maldita - (Novel) - Capítulo 197
Capítulo 197: A Fonte de Luz (9)
Os canos não conseguiam mais puxar água. A Fonte de Luz, os filtros na nascente, tudo se foi. Não foi só a água. As esferas conectadas aos canos, bem como as relíquias contidas dentro deles, nada disso foi deixado para trás.
Eugene olhou para trás, para Kristina. Ela estava sendo sustentada pelo vento, ainda inconsciente. Mas Eugene sentiu que era o melhor. As coisas que ele não queria que ela visse desapareceram perfeitamente, mas Eugene preferia que ela nem visse os velhos canos deixados para trás.
— O quê? — Disse Eugene. Ele colocou a mão dentro de seu manto com a intenção de fazer uma varredura limpa, mas Mer agarrou seu dedo como se estivesse esperando. Ela acompanhou a Espada do Luar para fora do manto, segurando seu dedo.
— Seu desgraçado. — Disse Mer.
— O que foi?
— Você… Você é… Sir Eugene, você é um desgraçado. — Repetiu Mer enquanto apontava seus dedos trêmulos para Eugene. — Q-Que… Sem vergonha! Como você pôde fazer algo tão sem vergonha? Bem na minha frente, ainda por cima! — Ela gritou.
— Não… Bem… Se você pensar sobre isso, não foi tecnicamente… — Eugene deu sua desculpa apressadamente, mas Mer não estava disposta a ouvir.
— Mentiras! Sir Eugene, você é um mentiroso! Você poderia ter evitado se quisesse! Mas não evitou! Não, estava longe de evitar. S-Seus… Lábios! Os lábios se tocaram, e-e… A-A língua. Você ficou parado mesmo quando a língua deslizou! — Exclamou Mer.
Eugene continuou.
— Bem… Isso é… Uh… Mer. Ouça, quando um ser humano se depara com uma situação completamente fora de suas expectativas e incompreensível, seu corpo enrijece e ele perde o controle. Você para de pensar e congela na hora. E por causa das consequências da Ignição, meu corpo estava…
— Mentiras! Você está se movendo muito bem agora! — Mer gritou.
— Estritamente falando, não sou eu que estou me movendo agora, mas o vento do Tempest que está…
— Argh! — Gritou Mer. — Tanto faz! Sir Eugene, você estava sendo tão desleixado que até eu poderia tê-lo esfaqueado até a morte com uma adaga!
— Você acha que eu imaginaria algo assim acontecendo? — Eugene retrucou, procurando desesperadamente acalmar a fúria de Mer, embora sem muito sucesso.
Mer bateu os pés com um bufo.
— Eu simplesmente não entendo! Sir Eugene, você tem um rosto muito bonito agora, mas não em sua vida passada! Eu também via o rosto de Sir Hamel todos os dias em Acryon, mas para ser completamente honesta, nunca pensei que ele fosse bonito, nem por um segundo!
— Isso é… Um pouco doloroso. Eu não acho que não era tão ruim ao ponto de merecer ser chamado de feio onde quer que fosse… — Murmurou Eugene.
— Eu sinto isso toda vez que falamos sobre esse assunto, mas senhor Eugene, você é muito confiante, até arrogante. Suas reivindicações são completamente infundadas. Como você poderia ter tanta confiança em seu rosto com o Grande Vermouth bem ao seu lado? — Perguntou Mer.
— Bem… Admito que talvez eu fosse um pouco mais feio que Vermouth, mas era muito mais bonito que Moron. E ser bonito não é necessariamente ser bonito fisicamente. A atmosfera que eu exalava era muito bonita, se é que você me entende. — Respondeu Eugene.
— Completamente maluco…
— É que o vídeo em Acryon falhou em capturar minha atmosfera. Bem, não, até lá… Meu… O que era aquilo…? Minhas proporções não eram boas demais? Meu rosto era bastante pequeno, eu tinha ombros largos e um corpo musculoso e esculpido… — Explicou Eugene.
— Desgraçado. — Murmurou Mer.
Mas Eugene não parou por aí. Ele continuou.
— E a cicatriz no meu rosto era bem legal também. Minha confiança não é infundada. Na minha vida anterior, nunca conheci ninguém que me chamasse de feio na cara.
Mer retrucou:
— Isso é porque você mataria qualquer um que dissesse tal coisa, Sir Eugene. De qualquer forma, você ainda é mal. Não entendo como pôde fazer uma coisa dessas na minha frente.
Tum. Tum. Tum.
Mer bateu em Eugene, chutando o chão, e não parecia que iria parar tão cedo. Sentindo-se injustamente culpado, Eugene gritou de volta enquanto desembainhava a Espada do Luar de sua bainha. — Ei! Fui eu que fiz aquilo? Hein? Eu fui enganado! Também sou uma vítima aqui! Então, por que está apenas me culpando?
— Uma vítima?! Quão verdadeiramente, absolutamente, positivamente sem vergonha… Sir Eugene, não minta para mim! Você estava gostando por dentro! — Gritou Mer.
— Não gostei… Sério, não consegui me mexer de tanta surpresa. E… Foi triste também. Afinal, Anise, uma das minhas companheiras, está morta. Eu nunca vou encontrá-la novamente nesta vida… — Disse Eugene com um rosto sombrio enquanto colocava a Espada do Luar ao seu lado. Mer hesitou por um momento quando viu os ombros caídos de Eugene. Ela sentiu uma sensação de arrependimento. Em seu momento de raiva, ela inadvertidamente fez com que Eugene sentisse uma solidão irreconciliável.
— Mas a Senhorita Sienna ainda está viva.
Enquanto pensava assim, ela tossiu antes de dizer secamente:
— Vou contar tudo para ela depois.
— Sim, sim. — Respondeu Eugene.
A Espada do Luar começou a irradiar luz. O luar rastejante removeu todas as máquinas do subsolo e, depois de verificar a sala vazia mais uma vez, Eugene se virou.
Ele caminhou pelo templo em ruínas, passando pelos cadáveres sem cuidado. Viu que alguns ainda estavam respirando, mas se viviam ou morriam não era da conta de Eugene. Ele já havia enlouquecido em sua fúria. Depois de fazer tudo aquilo, ajudá-los seria como jogar um jogo de gato e rato com eles.
“Eu me ferrei?” Ele também foi atingido por essas preocupações. Agora que tudo estava resolvido, a intensa raiva e ódio haviam diminuído. Junto com isso, os pensamentos lógicos também retornaram lentamente.
O que ele deve fazer agora? Havia matado um Cardeal, um dos capitães dos Cavaleiros da Cruz de Sangue, bem como um Inquisidor de alto escalão. Eles não eram membros comuns e normais da igreja. Além disso, além das três figuras de destaque, ele matou mais de cem pessoas.
Tinha sido um pouco excessivo. Ele enlouqueceu completamente com ‘Hamel’ sem nem mesmo pensar nas repercussões de suas ações. Em sua defesa, ele os havia advertido. Não era como se pretendesse matá-los desde o início também.
No entanto, ignoraram seu aviso e começaram a lutar contra ele… Enquanto estavam completamente convencidos de que estavam certos. Ele ficou irritado, porque tentaram mandá-lo de volta sem ver o motivo.
“Não importaria se eu fosse o único envolvido, mas o problema é o clã Lionheart.”
O Imperador de Kiehl era ganancioso pelo que os Lionhearts possuíam, e era óbvio que um conflito surgiria entre os impérios, se Yuras responsabilizasse Eugene pela situação atual. Se isso acontecesse, o imperador sem dúvida tentaria colocar a culpa no clã Lionheart.
No entanto, Eugene garantiria que tudo se desenvolvesse de maneira diferente. Ele não tinha intenção de ficar calado sobre esse assunto maluco. Poderia simplesmente silenciar a opinião do Império Sagrado com a Espada Sagrada, já que eles só estariam negando a luz se decidissem discordar.
O poder que os Lionhearts acumularam ao longo de trezentos anos era considerável. Assim, era impossível para Kiehl expulsar toda a família Lionheart do império. Se um acordo pudesse ser feito, então…
“Eles me jogariam na prisão ou me baniriam.”
Mas talvez não fossem tão longe ao ponto de bani-lo. Eugene era simplesmente talentoso demais para ser banido por causa desse problema. Afinal, o que Kiehl ganharia com a expulsão de Eugene? Absolutamente nada. Além disso, no momento em que Eugene fosse banido, todas as outras nações enlouqueceriam tentando acolhê-lo.
“Eu acho que eles podem me jogar na cadeia e tentar me persuadir… Não, mas isso aconteceria apenas se Yuras fizesse uma grande cena por causa disso. Se o Papa quiser enterrar toda a questão, então não há nada que Kiehl possa fazer.”
Enquanto Eugene pudesse manter a boca do Papa fechada, a maioria dos problemas estaria resolvida. Mas como? Eugene enfrentou os fanáticos da luz neste templo, e eles rotularam as ações de Eugene como corruptas. Em sua perspectiva, a Luz não havia escolhido errado, e as habilidades de Eugene Lionheart eram adequadas para o Herói. No entanto, Eugene Lionheart havia caído…
Era uma lógica invencível. Os fanáticos poderiam alegar que suas ações foram baseadas na fé verdadeira enquanto evitavam habilmente o verdadeiro significado da luz. Depois de ver que os Paladinos e Inquisidores tinham essa mentalidade, Eugene se perguntou se ele poderia manter uma conversa adequada com o superior deles, o Papa.
“Se eu revelar que sou Hamel…”
Até agora, ele havia recebido um passe livre ao revelar sua identidade do passado. No entanto, ele enfrentaria o Papa do Império Sagrado desta vez. Sentiu que simplesmente revelar sua identidade como Hamel não seria suficiente. E se ele conseguisse que a Espada Sagrada emitisse luz? Não, isso também não seria suficiente. Algo mais… Algo mais como… Um milagre…
— Por que você não desce, se acordou? — Resmungou Eugene, olhando para trás.
Kristina se encolheu. Ela estava permitindo que seu corpo flácido flutuasse ao vento.
Eugene continuou:
— Tanto meu corpo quanto minha mente estão uma bagunça agora… Então é difícil para mim, manter isso.
— Ahem. — Kristina desceu com uma tosse seca e não levantou a cabeça mesmo depois de tocar o chão. Suas roupas já estavam completamente secas da água da Fonte, mas Kristina continuou puxando e sacudindo a bainha delas como se estivesse se sentindo desconfortável.
— Você… — Eugene gritou enquanto dava um passo para trás. Ele viu que a expressão dela era bastante complexa e as orelhas vermelhas sob o cabelo loiro desgrenhado.
— O que você sabe? — Perguntou Eugene.
— Hmm… Eem… Ehem… — Kristina tossiu algumas vezes antes de erguer a cabeça um centímetro. Seu rosto estava vermelho e assim que encontrou seu olhar, ela imediatamente abaixou a cabeça mais uma vez. A expressão de Eugene ficou ainda mais complexa quando ele notou sua resposta flagrante.
— Ei… — Ele gritou.
— S-Senhor Hamel… — Gaguejou Kristina. — Ah… N-Não, isso é a vida passada, então… Eu vou… Vou apenas chamá-lo de Sir Eugene. Sim. Essa é a coisa certa para mim.
— Eu perguntei o que você sabia. — Repetiu Eugene.
— Bem… O fato é que as memórias da Senhorita Anise vieram até mim… Bem, não apenas as memórias dela. É como se a consciência dela se tornasse parte de mim… — Gaguejou Kristina enquanto segurava a cabeça, sem perceber que estava falando coisas sem sentido. Era natural que estivesse confusa. A alma de Anise estava habitando dentro dela, e embora fosse assim desde muito tempo atrás, o incidente despertou a alma dela. Então agora compartilhavam uma consciência, e Kristina também recebeu as memórias de Anise.
Como resultado, Kristina aprendeu o que a Santa realmente era, que tipos de rituais eram realizados na Fonte de Luz e quem ela realmente era. Tudo veio para Kristina como uma verdade brutal, negando a maior parte do que ela acreditou durante toda sua vida. Embora soubesse o que era verdadeiro e o que era falso, era muito difícil para ela assimilar tudo de imediato.
Não apenas isso, mas Eugene Lionheart era supostamente a reencarnação de Hamel, o Tolo de trezentos anos atrás.
— Por favor, entenda, Hamel. Vai ser difícil para essa criança aceitar tudo de uma vez, então, por favor, tenha paciência e… Hã? — Kristina rapidamente colocou as mãos sobre os lábios quando começou a falar sem querer.
As sobrancelhas de Eugene se contraíram quando ele olhou para Kristina, que congelou de surpresa.
— Anise? — Ele gritou.
— N-Não. Não, não sou a senhorita Anise. — Respondeu Kristina. Mas o que foi isso? Ela havia falado sem querer, e sua cabeça… Estava uma bagunça. Estava cheia de coisas difíceis de entender, coisas que ela não queria entender. E bem no final estava… Um rosto que estava muito próximo para conforto, olhos trêmulos, o roçar suave de seus lábios, e o que envolvia sua língua como…
— Ahhhhhhh! — Gritou Kristina antes de juntar as mãos e rezar.
[Eu não esperava que você recebesse essa memória também.]
— O quê? — Kristina levantou a cabeça surpresa quando uma voz ressoou em sua cabeça.
[Eu te assustei sem querer. Espero que entenda. Eu pensei em deixar você para trás e partir para o céu, mas para você e Hamel, acho que seria melhor para mim, permanecer aqui por enquanto.]
Eugene não conseguia ouvir a voz de Anise, mas tinha uma ideia aproximada da situação atual pela expressão de choque de Kristina e pela maneira como ela olhava ao redor como se estivesse ouvindo coisas.
— Esta voz é… — Murmurou Kristina enquanto sua expressão endurecia lentamente. Ela se lembrou da primeira revelação que ouviu: Eugene Lionheart é o Herói escolhido pela Luz, e a alma de Vermouth não entrou no céu.
Era a mesma voz, a voz da luz.
[Eu estava simplesmente agindo como a mensageira. A mensagem não era mentira. Embora o Deus da Luz não seja tão onipotente quanto você ou outros possam pensar, ele é real. No entanto, não pode intervir diretamente nos assuntos deste mundo,] continuou Anise.
O tremor de Kristina diminuiu lentamente.
[Portanto, não negue a existência da luz. Você é… Haha, não há como evitar se não quer se identificar como a Santa, mas sua existência e poder são definitivamente milagres. Se quiser usar seus milagres para o Hamel… Para o Eugene Lionheart, eu a ajudarei.]
“Senhora Anise…”
[Eu sei. Passei pela mesma coisa que você, e sempre a estive observando desde que era jovem. Sei o que você experienciou e é natural que duvide da luz depois de perceber toda a verdade. No entanto, Kristina, isso não importa. Mesmo que você desconfie da luz, isso não muda o fato de que sua existência é um milagre. A luz não a deixará desapontada, porque você desconfia dela.]
Kristina continuou a orar silenciosamente. Ela estava começando a entender aos poucos. Se o terrível ritual na Fonte de Luz tivesse progredido até a conclusão, o sangue de Kristina teria sido substituído pela água da Fonte. Se tudo tivesse corrido conforme o planejado depois, Kristina teria sido batizada pela relíquia do Imperador Sagrado na Câmara de Audiências. Então, as costas de Kristina teriam sido gravadas com um estigma, assim como a de Anise.
[Eu não queria isso. Mesmo que você seja mais completa do que eu, um estigma gravado à força corroeria sua vida.]
— …
[É por isso que não posso deixá-la ainda.]
Kristina fechou lentamente os olhos. Era confuso e chocante, mas ela entendeu. Anise permaneceria dentro dela por enquanto e apoiaria os milagres que Kristina realizasse com seu próprio poder divino. A alma de Anise substituiria o papel do estigma.
Anise havia perecido há muito tempo, mas se recusou a entrar no céu. Ela ficou para trás neste mundo para manter sua promessa a seu companheiro morto. Mas mesmo depois de se reunir com ele, ela ainda se recusou a entrar no céu. Era para ver sua missão de trezentos anos atrás até a conclusão. No futuro, Anise trabalharia dentro de Kristina, carregando o fardo e a dor dela em seu lugar. Um dia, quando Kristina não precisasse mais de sua ajuda, Anise finalmente abriria suas asas e voaria para o céu.
Lágrimas escorriam pelo rosto de Kristina, embora seus olhos estivessem fechados. Era um ato verdadeiramente nobre. Anise recusou o conforto da morte e insistiu em sentir a dor de sua alma para tentar salvar o mundo. Embora as Santas criadas pelo Império Sagrado fossem falsas, seres artificiais, Kristina não podia ver suas predecessoras como falsas. Mesmo que tivessem sido criadas artificialmente, todas elas eram verdadeiras Santas…
[Você não bebe a água benta?]
“O quê?”
[Não parece que você gosta, mas… Se realmente tem pena de mim, por favor, desfrute de água benta em meu nome a partir de agora. E se você sentir um desejo difícil e vergonhoso por Hamel, estou disposta a fazê-lo em seu lugar…]
— Do que você está falando?!
[Eu realmente gosto de como você é inocente. Acho que vou me divertir bastante a partir de agora provocando você.]
Anise riu dentro da cabeça de Kristina, mas em vez de responder, Kristina recitou uma breve oração.
— Você terminou? — Perguntou Eugene.
— Eh… Hum…
— Diga a Anise. Pode ser impossível agora, mas quando eu a vir no céu depois que eu morrer, vou bater nela. — Disse Eugene. Sinceramente, ele queria esmurrá-la neste exato momento. Mas se seguisse seu desejo, não seria Kristina quem sofreria?
Eugene estalou a língua e balançou a cabeça.
—Isso não é um adeus, Hamel. Como parte desta criança, posso abençoar e proteger você no…
Ele não se preocupou em ouvir até o fim, mas nunca imaginou que era isso que ela queria dizer. Eugene sentiu-se grato por não ter derramado lágrimas quando Anise desapareceu. Ele estava com medo de imaginar como ela o teria provocado tomando emprestadas as palavras de Kristina se ele tivesse derramado lágrimas.
— Vamos apenas ter certeza de distingui-la, para não ficarmos confusos. Kristina, você… Uh… Me chame de Eugene, tudo bem? Anise vai me chamar de Hamel de qualquer maneira. — Explicou Eugene.
— Sim, Sir Hagene.
— O quê?
— Não… Nada, Sir Eumel.
— O que você está fazendo?
Kristina respondeu depois de se esbofetear nos lábios algumas vezes.
— A Senhorita Anise é muito travessa. Segundo a lenda, ela deveria ser uma pessoa calorosa, como o sol da manhã.
— Você não pode aceitar palavra por palavra de uma velha história. Quero dizer, olhe para mim, certo? As histórias dizem que sou tolo, mas como isso pode ser remotamente preciso? — Resmungou Eugene.
Kristina abriu os olhos e olhou para ele. Por alguma razão, parecia que ela podia ouvir uma risadinha em sua cabeça.
— Então o que você vai fazer agora? — Perguntou Kristina.
— É impossível voltar à grande catedral. — Respondeu Eugene. Ele não achava que nada de bom viria do retorno. O maior problema agora era sua condição. Não era tão ruim que ele não pudesse levantar um dedo, mas precisaria descansar completamente por alguns dias para se recuperar. — Acho que seria melhor destruir o portal de dobra aqui e se esconder em algum lugar para se recuperar. Depois disso… Bem, se eu pudesse, simplesmente fugiria sem tentar consertar nada.
— Você está falando sério? — Perguntou Kristina.
— Estaria mentindo? Sei que perdi a calma e fiquei insano, mas você nunca pensa em consertar o que causou quando perde a calma e fica furioso. Mas o que eu posso fazer? Se eu realmente fugir, o chefe de nossa família pode perder o pouco cabelo que lhe resta. Ele já está estressado o suficiente. — Murmurou Eugene enquanto cambaleava para frente. Kristina tardiamente veio para o lado dele e o apoiou.
— De qualquer forma. Se eu pretendo pelo menos fingir que vou consertar as coisas, devo voltar às condições normais primeiro.
— Por minha causa… — Disse Kristina.
— Não é só por sua causa, então não diga coisas assim. E se for por sua causa? Por que você deveria se sentir culpada por isso? Foi você quem foi jogada na merda. — Disse Eugene. Um leve sorriso se espalhou em seu rosto com suas palavras duras.
Mer olhou para Kristina.
— Não se aproxime muito.
— O quê?
— Não se aproxime muito dele. — Repetiu ela.
— Estou apenas o apoiando… Ah… — Com um sorriso, Kristina assentiu. Ela levantou o corpo frágil de Eugene e o colocou atrás de suas costas.
— Ei, ei! — Gritou Mer.
— Isso me lembra a Floresta Samar. — Disse Kristina enquanto apoiava as nádegas de Eugene com as mãos. O rosto de Eugene se contorceu de humilhação, e Mer ficou sem fala com o movimento ousado de Kristina. No entanto, ela não deu atenção a eles e, em vez disso, continuou em frente enquanto batia nas nádegas de Eugene.
O sol da manhã estava quente.