Reencarnação Maldita - (Novel) - Capítulo 194

Capítulo 194: A Fonte de Luz (6)

Shuack!
A mão de Sergio foi mais uma vez dividida em duas. No entanto, não havia sangue. Em vez disso, sua mão foi recolocada imediatamente. Não havia dor, mas Sergio sentiu como se um prego estivesse sendo martelado em seu peito. Ele não era estúpido o suficiente para entender mal o que as palavras de Kristina significavam.
— Você… Como ousa?! — Gritou Sergio.
Seus olhos estavam profundamente coloridos com a intenção assassina. Ele não podia aceitar Kristina negando seu papel como a Santa, ainda mais do que a corrupção do Herói Eugene. Ela ousou negar a própria natureza de sua existência, como se estivesse negando sua identidade como humana.
— Saia do meu caminho! — Sergio gritou com raiva enquanto olhava para Eugene.
Naturalmente, Eugene não tinha intenção de ficar de fora. Ele podia sentir que Kristina estava tremendo e recuando a cada uma das palavras de Sergio. No entanto, Kristina não recuou. Em vez disso, ela tentou usar magia divina enquanto tentava recuperar o fôlego. Mesmo em seu estado, estava tentando ajudar Eugene.
Eugene simplesmente balançou a cabeça enquanto levantava a Espada Sagrada.
Tuk.
Com um leve gesto de sua mão, ele empurrou atrás dele, e uma força suave empurrou Kristina para trás.
— Apenas certifique-se de se proteger. — Disse ele.
— M-Mas… Sir Eugene…! — Kristina respondeu, olhando para Eugene com surpresa.
Ela queria ajudar, custe o que custar, mas também sabia que a incapacidade de seu corpo de se mover era uma resposta vinda de um medo adquirido há muito tempo. Embora Eugene tenha deixado claro que não se importava com sua identidade como uma Santa, ela não conseguia se imaginar como outra coisa. Era difícil imaginar que valor teria sem ela.
Então queria ajudar. Ela queria provar que não era inútil e que de alguma forma poderia ser útil para Eugene.
Mas Eugene balançou a cabeça.
— Não se force.
— Ah…
— Apenas fique aí e observe.
Kristina colocou a mão contra o peito para saciar o formigamento vindo de dentro enquanto olhava para as costas de Eugene. Por mais largas que fossem, suas costas eram incomparavelmente menores do que a luz que Sergio produzia. No entanto, a luz brilhante e abrangente não conseguia estender seu alcance além de Eugene.
Ela fechou os olhos com força quando viu a sombra de Eugene se alongar na luz de fundo, e quando abriu os olhos… A chama de Eugene estava corroendo a luz.
Boom!
O chão cedia sob ele enquanto Eugene avançava, e Sergio estendeu as duas mãos com um grito. Ele pretendia parar Eugene em seu caminho, mas falhou. Como resultado, foi jogado para trás com uma forte explosão.
Ele olhou para Eugene e estendeu a mão esquerda, seu corpo esmagado já se regenerando.
Fwooosh!
O pano vermelho saltou para a frente de seu braço esquerdo, que agora estava flácido devido aos ossos quebrados. Ao chegar a Eugene, o pano vermelho envolveu a Espada Sagrada.
— Ó, Santa Luz! — Exclamou Sergio.
Os três anjos responderam ao seu chamado e estenderam as mãos. Uma luz brilhante permeou o tecido, extinguindo a chama da Espada Sagrada.
[Sir Eugene! S-Saque a Espada do Luar!]
Mer gritou com medo de dentro do manto. Ela sabia que o pano era um artefato com uma poderosa habilidade supressiva, e Sergio estava desenvolvendo uma poderosa magia divina de selamento. Mas não importava o quão poderoso fosse o selo de Sergio, a Espada do Luar poderia facilmente destruir o selo inteiro. Não havia como Eugene ignorar isso.
No entanto, ele optou por não usar a Espada do Luar. Eugene estava bem ciente de que receberia críticas mais tarde por ser teimoso e estúpido, mas foi inflexível.
Ele não usaria nada além da Espada Sagrada nesta batalha. Essa era a sua determinação. Ele ouviu o grito de Kristina muito atrás, e a chama, que queimou brilhante e intensa, vacilava sob o pano.
Certo de que a chama havia sido completamente apagada, Sergio saltou sobre Eugene. Os estigmas em seu braço direito já estavam completamente encharcados de sangue, e o sangue que escorria de seu abdômen não estava mais simplesmente pingando.
Sergio enrolou sua mão ensanguentada em um punho, e uma luz brilhante se manifestou em centenas de espadas e cercou Eugene.
[Sir Eugene!] Mer gritou.
Eugene rapidamente examinou os arredores, mas não conseguiu ver um caminho para escapar. A Espada Sagrada foi subjugada pelo pano e suas chamas foram seladas. No entanto, Eugene podia sentir que suas chamas não haviam se extinguido. Em vez disso, a espada de força formada a partir da Fórmula do Anel de Chamas estava se contorcendo sob a camada de tecido.
Seus lábios franziram enquanto ele se concentrava, e centenas de espadas sagradas se aproximaram dele. Parecia força mais do que suficiente para acabar com Eugene, mas mesmo assim… Sergio hesitava em sua convicção de vitória.
Os anjos entoaram hinos e quatro enormes mãos de luz apareceram do céu e da terra. Depois de se materializar desta forma, as quatro mãos seguiram a barragem de espadas e envolveram Eugene.
Crack.
Um som fraco ressoou e, embora fosse bastante suave, Sergio não podia ignorá-lo. Era um som impensável, algo que não deveria ter sido ouvido. Sergio sentiu arrepios crescendo junto com uma sensação crescente de medo ameaçador. O inesperado fedor da morte obrigou Sergio a fazer uma escolha.
“Vou morrer se continuar andando”, pensou Sergio, e sabia que não podia descartar aquele instinto.
Assim que parou, um raio explodiu em todas as direções. Faíscas de chamas também podiam ser vistas misturadas com os raios. Sergio estava completamente descrente enquanto olhava além da luz e das chamas.
Não era exagero dizer que seu pano ostentava um poder quase absoluto quando se tratava de suprimir e selar, mas estava sendo rasgado em pedaços. Além disso, a cor da chama que jorrava pelos rasgos era muito mais escura e ameaçadora do que antes.
As numerosas lâminas de luz foram capturadas pelas chamas e estavam devorando avidamente a luz. As quatro mãos gigantes de luz tentaram aproveitar todo o espaço ao redor de Eugene, mas falharam devido às chamas e foram espalhadas quando a chama entrou em erupção.
O sangue começou a escorrer pelos lábios franzidos de Eugene, e ele utilizou o efeito supressor do selo de Sergio para condensar a mana que formava sua espada de força. Então sobrepôs outra camada.
Três camadas de espada de força causaram mais e mais manchas pretas se espalhando na lâmina. Eugene podia sentir sua mão tremendo sob a pressão da tremenda energia que emanava da Espada Sagrada. Ele envolveu a mão esquerda ao redor da direita para se estabilizar e ergueu a Espada Sagrada sobre sua cabeça.
— Ah…! — Kristina ofegou, olhando para a Espada Sagrada com uma expressão confusa.
Os ombros de Sergio começaram a tremer ao encarar a chama de frente.
— Até onde… Até onde você irá para profanar a Espada Sagrada…?!
Aquelas chamas horríveis, era inacreditável que a Encarnação da Luz exalasse chamas tão sinistras e assustadoras. As chamas eram terríveis e feias aos olhos de Sergio. Como não poderia conter nem um pingo do calor e brilho que a Espada Sagrada deveria ter?
Sergio estremeceu ao esticar o braço direito para a frente, e os anjos se colocaram atrás dele com as asas estendidas.
Fwoosh!
Um feixe de luz envolveu seu braço ensanguentado e formou um arco gigante, e uma flecha brilhante foi formada a partir de sua auréola. Este era o Arco de Luz, um feitiço que ostentava o maior poder de ataque entre todas as magias divinas. O feixe disparado do arco simplesmente ignorava barreiras mágicas e escudos de aura, penetrando em qualquer coisa em seu caminho.
Sergio viu Eugene e Kristina alinhados à sua frente. Se ele atirasse nesse ângulo, Kristina estaria no caminho da flecha, claro, desde que não fugisse.
Olhando para Kristina, ele gritou:
— Seja purificada!
Bruuuum!
Toda a luz ao redor parecia convergir para a flecha.
Kristina podia sentir o grande poder do feitiço divino de Sergio, mas ao contrário de suas expectativas, ela não fugiu de medo. Em vez disso, correu para Eugene com uma expressão de pânico, como se quisesse protegê-lo do ataque cruel. Sergio sentiu uma raiva intensa com a visão e imediatamente disparou a flecha.
Eugene podia ouvir Kristina correndo em sua direção. Já era tarde demais para tranquilizá-la, mas não havia necessidade dele falar, de qualquer maneira. A inundação de luz que acompanhava a flecha ameaçou queimar seus olhos, mas Eugene manteve-se imóvel e permitiu que a Espada Sagrada descesse.
As três camadas de espada de força e os pontos pretos explodiram simultaneamente. Por um instante, as chamas que formavam a espada de força ficaram completamente tingidas de preto. A flecha foi esmagada e a luz desapareceu sem deixar vestígios.
A explosão resultante tomou conta de Sergio, e os anjos envolveram suas asas em volta dele para protegê-lo. No entanto, até mesmo suas asas foram carbonizadas até o nada, e os três anjos pereceram um após o outro. Apenas uma linha fina de preto permaneceu gravada no ar.
Kristina sentiu que suas pernas fraquejavam antes de alcançar Eugene.
Levou apenas um momento… Por um instante, ela viu a luz caindo em sua direção, mas no seguinte, a escuridão já havia prevalecido, e Eugene estava sozinho no meio dela. No entanto, apesar da cena se desenrolar claramente diante de seus olhos, Kristina não conseguia entender completamente o que havia acontecido.
Sergio também não conseguiu entender a situação. Ele foi… Varrido pela escuridão, e metade de seu corpo desapareceu sem deixar vestígios. Ele só ficou com a parte superior do corpo, graças ao milagre dos estigmas. A luz que vinha da cicatriz protegia o braço direito de Sergio e a parte superior do corpo.
— Uagh… — Ele também não conseguia falar. Apenas o som do ar escapou quando ele abriu a boca.
Sergio lutou para levantar a cabeça e olhou para frente, onde viu Kristina. Ela estava completamente bem e sem uma única ferida. Mas parecia encantada. Ele viu como ela não conseguia tirar os olhos de Eugene.
Sergio cerrou os dentes. Mesmo sendo abençoada com aquele rosto, o rosto da Fiel Anise, ela ousou… Ele virou os olhos e olhou para o braço direito. A luz dos estigmas era fraca demais para iluminar a escuridão iminente. Ele viu a Espada Sagrada sem luz na mão de Eugene.
Sentiu desespero, mas esse desespero era acompanhado por um forte senso de dever. A cerimônia não era mais a prioridade. Não, em primeiro lugar, aquela coisa não era mais uma Candidata a Santa, então que cerimônia ele poderia conduzir?
Ele não tinha certeza se poderia criar outra candidata com tal aptidão, harmonia e integridade, mas isso não importava mais. Havia uma falha crucial em seu caráter, e esse era o fator mais importante.
A existência de… Milagres. Quando Kristina nasceu, Sergio estava convencido de que ela era um milagre da Luz. Mas foi uma condenação precipitada. Assim como o Herói se corrompeu, a Candidata a Santa fez o mesmo. Então ele não teria escolha a não ser começar tudo do zero. Matar o Herói caído, recuperar a Espada Sagrada e descartar a Santa fracassada, uma vez que ele cumprisse esses deveres, a Luz certamente traria a ele outro milagre.
“Devem ser purificados”, pensou. Ele sabia que algo horrível aconteceria ao mundo se ele falhasse em parar os demônios e eles fossem libertados. Sergio não tinha a menor dúvida.
“Espírito Santo…” Sergio lutou para mover o braço direito e acabou colocando-o no peito com grande esforço. “Pegue meu espírito e minha carne.”
Seus dedos ensanguentados penetraram em seu peito, e os estigmas em seu braço direito subiram por seus dedos até o peito. Este era o milagre final, um fenômeno que não poderia ser gerado simplesmente usando os estigmas. Em vez disso, era um milagre que só poderia ser invocado devotando a existência de alguém aos estigmas.
Sergio sabia que se tornaria uma tocha de luz sem nenhum senso de identidade, mas aceitou o martírio com uma alegria sem limites.
Uma luz floresceu na escuridão.
O minúsculo broto de brilho começou a crescer e o que restou do corpo de Sergio foi envolto pelos estigmas. Uma vez que ele estava totalmente coberto com os estigmas, seu corpo se transformou em pura luz. Era como se ele mesmo tivesse se tornado a Encarnação da Luz.
Um feixe de luz penetrou na escuridão e Eugene sentiu dor pela primeira vez. Ele tinha certeza de que havia se esquivado pouco antes da luz fazer contato, mas viu que seu braço esquerdo estava em frangalhos. Ficou claro que seu braço teria sido arrancado ou completamente destruído se o Anel de Agaroth não o estivesse protegendo.
Eugene estalou a língua, envolvendo o Manto das Trevas ao seu redor. O feixe de luz responsável por tomar seu braço esquerdo agora estava como um corpo luminoso em forma humana, alto no céu. Sua mera presença iluminava o céu como se fosse dia em vez de luz.
— Vejam. — Declarou Sergio enquanto olhava para Eugene e Kristina. — Esta é a Luz Todo-Poderosa, o poder de Deus que ilumina o mundo. Vocês demônios caídos nunca serão capazes de manchar esta Luz!
Eugene não achou que valia a pena alimentar seus balbucios. Em vez disso, se concentrou em captar totalmente a luz de Sergio. Com três camadas, Eugene poderia eliminá-lo em um único golpe? Era suficiente para penetrar na proteção dos estigmas? Ele não podia ter certeza. O podre milagre de Sergio já estava além da compreensão até onde o conhecimento comum ia.
Se ele aplicasse o mesmo conceito de absurdo e usasse a Espada do Luar…
“Hamel.”
Mas não fazia sentido se ele usasse a Espada do Luar. Ele insistiu em usar apenas a Espada Sagrada. Não usaria um grama de magia e não tocaria em nenhuma de suas outras armas. Ele tinha que fazer isso se quisesse… Permitir que as almas dos mortos descansassem em paz.
“Você é teimoso demais. Por que luta assim?” Uma voz parecia sussurrar em seu ouvido.
— Ao contrário de você, sou capaz de reconhecer onde estou. — Disse Eugene com um sorriso malicioso. Ele levou a mão esquerda esfarrapada ao peito. — E é isso que eu tenho que fazer agora.
Os dedos ensanguentados de Eugene cravaram em seu peito, assim como os de Sergio. No entanto, Eugene não estava orando, confiando na fé ou desejando um milagre. Em vez disso, ele estava se oferecendo como isca para que as chamas queimassem com mais intensidade.
Tum dum.
A Ignição fez com que seus núcleos começassem a girar loucamente, e Eugene comandou sua mana enquanto ouvia seu coração batendo. A mana furiosa deixou o controle de Eugene e formou a Sexta Estrela, e Eugene riu quando sentiu seu corpo inteiro tremer.
Ele formou a Sexta Estrela da Fórmula da Chama Branca, mas a situação não permitia que ele observasse as mudanças resultantes com calma. Em vez disso, direcionou a mana que crescia rapidamente na Espada Sagrada.
“O que é isso?” Pensou Sergio. Parecia que o próprio peso do ar havia se intensificado. Embora Sergio iluminasse o céu como única fonte de luz, parecia que estava caindo gradualmente no chão. Não, era apenas uma ilusão, uma impossibilidade. Sergio não duvidou da onipotência do espírito que permeava seu corpo.
A luz caiu sobre ele e parecia que todo o céu estava afundando. Eugene não conseguia tirar os olhos da visão fenomenal. Mas estranhamente, embora fosse extremamente brilhante, Eugene podia ver tudo com clareza. A luz, que era muito rápida a olho nu, agora era visível para ele. Não… Na verdade, a luz parecia um pouco lenta.
De fato, a Ignição ativada na Sexta Estrela da Fórmula da Chama Branca estava concedendo a Eugene um incrível senso de visão.
— Ha… — Eugene ergueu o braço direito com um sorriso seco. — É bom ver você.
A espada envolta em azul escuro dividiu o céu. Não era uma visão desconhecida.
Uma força formidável perturbou a consciência de Sergio, mas seu corpo não foi esmagado. Ele nem foi forçado a recuar. Embora fosse difícil de acreditar, o enorme poder estava sob o estrito controle de Eugene. O ataque devastador apenas apagou a luz.
Assim, ficou apenas o corpo de Sergio no céu, nu, sem luz nem força. Naturalmente, ele não conseguia entender o que acaba de acontecer. No entanto, viu Eugene chutar o chão. O par de olhos que se aproximavam rapidamente fez Sergio sentir um medo enorme. Ele tardiamente abriu a boca para gritar e tentou se distanciar de Eugene.
No entanto, foi impedido de fazê-lo. Uma luz violenta bloqueava sua retirada, embora nenhum sol ou luz divina envolvesse Sergio. A única fonte de luz eram as chamas de Eugene.
Eugene ergueu a Espada Sagrada com uma expressão grave, mas, surpreendentemente, não havia mais chamas cobrindo a lâmina. O que Eugene agora segurava em suas mãos era simplesmente uma bela espada cerimonial que parecia impraticável. Isso foi tudo. A lâmina, que agora estava sem luz, empurrou o peito de Sergio.
Tum.
Seu coração foi perfurado e Sergio começou a tremer. Ele só podia olhar para a espada penetrando em seu peito com descrença.
No entanto, logo percebeu que seu coração ainda batia. Ele não estava morto. Um sorriso surgiu em seu rosto com a compreensão, e aproveitou isso como uma oportunidade dada por Deus. Sergio estendeu os braços para Eugene e tentou invocar a luz mais uma vez para purificar Eugene completamente.
Uma pequena luz surgiu.
Fssh.
Mas não pertencia a Sergio. Em vez disso, a luz veio da espada penetrando em seu coração.
— Ah…! — Sergio chamou rapidamente seus estigmas, mas não respondeu com a mesma luz de antes. Em vez disso, a luz vinda da Espada Sagrada ficou cada vez mais forte, e o corpo de Sergio se desintegrou de acordo.
Isso era impossível.
Por quê? Por que os estigmas estavam…? Por quê? por que a Espada Sagrada estava emitindo uma luz tão linda e brilhante nas mãos de um demônio?
— A-A Luz… — Gaguejou Sergio, mas não havia ninguém para ouvir. Eugene torceu a Espada Sagrada no peito de Sergio, e o cardeal apertou seu peito enquanto cambaleava para trás. Ele abriu e fechou a boca, mas nenhuma palavra saiu. Olhou para Eugene, depois olhou para o próprio peito.
Kristina olhou para o céu com seus grandes olhos.
— Como pode…
Uma resposta clichê. A espada acertou a cabeça de Sergio antes que ele pudesse finalizar, e o troféu foi engolido pela luz, que rapidamente se espalhou e devorou o corpo de Sergio também.
Bang!
Como os fogos de artifício de um festival, o corpo de Sergio explodiu, desenhando inúmeras estrelas cadentes no céu escuro. Deixando para trás a chuva de faíscas, Eugene caiu lentamente no chão ao lado de Kristina.
Era noite novamente.
Kristina permaneceu sentada no chão, incapaz de se mover um centímetro. O que aconteceu diante de seus olhos foi, não, ela ainda não conseguia entender o que era. Tudo ainda parecia um sonho para Kristina, mas… Não era um pesadelo.
— Eu te disse, certo? — Disse Eugene. Ele se aproximou dela enquanto tirava a mão do peito, e Kristina tirou os olhos do céu noturno e olhou para ele.
— Estou aqui para salvá-la. — Continuou Eugene com um sorriso. Ele não estava bem de jeito nenhum. Seu braço esquerdo estava esfarrapado e também tinha uma dor de cabeça terrível. Até seu coração estava doendo. Ainda assim, podia se mover.
— Ah… — Incapaz de formar palavras, Kristina cobriu a boca com as mãos e soluçou.
O céu estava escuro. Era uma afirmação óbvia: era noite, então estava escuro. Mas Kristina sentiu que o céu estava mais brilhante do que nunca.
Kristina abaixou a cabeça, soluçando. Ela queria fazer qualquer coisa, menos chorar, mas mesmo isso era impossível. As máscaras que ela usava desde criança pareciam ter evaporado no ar. Então Kristina chorou. Ela derramou lágrimas sem tentar escondê-las e deixou suas emoções tomarem conta. Ela chorava com uma cara não muito diferente de quando era criança, fazendo com que parecesse vergonhoso até para ela mesma. Ela chorou tanto que até mesmo alguém como Eugene se sentiu compelido a procurá-la.
Foi um pouco estranho apenas assistir, então tentou enxugar as lágrimas, mas Kristina de repente agarrou a mão de Eugene. Então, como se estivesse esperando, enterrou o rosto no peito dele e gritou.
— Bem… — Em todos os lugares estava doendo… Embora ele tivesse usado apenas por um curto período, a Ignição teve um grande impacto em seu corpo. Cada vez que Kristina esfregava o rosto contra o peito dele, parecia que seus músculos estavam sendo dilacerados, suas costelas marteladas e seu coração socado.
No entanto, não era como se ele pudesse afastá-la, não quando ela estava chorando tanto.
— Hff… — Eugene cerrou os dentes para evitar que um gemido escapasse de seus lábios.
Por um tempo, Eugene aceitou silenciosamente as lágrimas de Kristina.