Reencarnação Maldita - (Novel) - Capítulo 134
Capítulo 134: Preparativos para a Caça (3)
— Eles não vão nos jogar aleatoriamente do céu de novo, não é? — Eugene não conseguiu impedir que sua boca deixasse escapar esse pensamento.
— Improvável. — Ciel balançou a cabeça enquanto endireitava a gola de seu uniforme. — Se você fosse sozinho, talvez, mas está indo comigo. Eles não vão simplesmente nos derrubar do céu.
— O que você tem a ver com alguma coisa?
— Você tem ideia do quanto os cavaleiros e anciãos do Castelo dos Leões Negros me adoram? — Ciel orgulhosamente estufou o peito e se gabou. Ao fazer isso, olhou para Mer, que estava apenas esticando o rosto para fora do manto.
“Uma familiar astuta de fato.” Ciel resmungou em seu pensamento.
Fazia uma semana desde que voltou para a casa principal, e Ciel podia sentir o quanto as coisas mudaram depois que deixou a casa principal para sempre. Anteriormente, os servos e os cavaleiros costumavam chamar Ciel de ‘milady’ e colocá-la em um pedestal, mas agora, Mer era tratada dessa maneira.
“Eu sei que não tem como evitar.”
Ela pensou que era inevitável, já que havia deixado a casa principal para sempre há muito tempo. Para ser honesta, ela também estava ciente de como era irracional desejar que todos a tratassem da mesma forma que a tratavam quando era jovem. Ela era uma adulta agora.
— Você precisa segui-lo? — Signard perguntou por trás. Claro, ele estava perguntando a Mer, que estava dentro do manto de Eugene.
Signard lembrou-se da infância de Sienna, o que o fez ter muito, muito carinho por Mer. Ela era a mesma que Sienna quando criança, exatamente como Signard se lembrava.
Independentemente de como amava Mer, Signard não era bom em se expressar. Ele não podia mimá-la abertamente, muito menos abraçá-la como Ancilla fazia.
Em vez disso, ele às vezes se aproximava de Mer e lhe dava algumas flores quando ela atravessava a floresta. Eram as flores que Sienna gostava desde criança. Embora as flores não devessem florescer neste tipo de clima, elas desabrochavam lindamente na floresta protegida pela Árvore do Mundo.
—Obrigada!
Sempre que recebia as flores, Mer sempre sorria e dizia ‘obrigada’.
— Sim, não há necessidade de segui-lo, não é? Roupas novas chegarão esta tarde… — Ancilla interveio como se esperasse que Signard o dissesse.
— Não, tenho que ir com Sir Eugene. — Respondeu Mer com firmeza. — Estou me divertindo muito vestindo roupas bonitas com a Senhora Ancilla, comendo comida deliciosa com Sir Gerhard e passeando na floresta com Sir Signard. No entanto, eu existo para ajudar o Sir Eugene.
— Nossa… Você fala com tanta maturidade…!
“Eu acho que a mãe está se enganando em alguma coisa… Ela apenas parece uma criança, mas é uma familiar de centenas de anos”, Ciel pensou amargamente enquanto olhava para Ancilla.
Não, era por isso que Ancilla gostava de Mer ainda mais. Ancilla realmente pensava assim. Desde que ela mesma criou Ciel e seu irmão, estava bem ciente de como demônios assustadores viviam dentro de crianças fofas e adoráveis.
— O portão de dobra agora está conectado. — O mago que cuidava do portão os notificou.
O caminho para o Castelo dos Leões Negros foi aberto. Eugene enfiou a cabeça de Mer de volta no manto.
— Vai para dentro. Vai ser um incômodo danado se você cair do manto enquanto nos teletransportamos.
— Tudo beeem.
— Espere. — Disse Ciel ao se aproximar. Ela agarrou a ponta do manto de Eugene e a puxou para trás.
— Não consigo ver o símbolo se você usar o manto assim.
Ciel cutucou o peito esquerdo de Eugene, onde estava bordado o símbolo de um leão. Apenas os principais membros da família poderiam ter o símbolo em seu uniforme.
— Eles vão estar nos esperando na entrada. Você deveria estar orgulhoso e mostrar isso a eles. — Ciel insistiu.
— Não é minha primeira vez.
— Mas já faz um tempo.
— Mesmo assim, não existem apenas Gargith e Dezra? E Deacon… Nem me lembro do rosto dele.
— Tem mais um. — Ciel suspirou, puxando o braço de Eugene. — Eward.
— Vejo que seu temperamento desagradável nunca muda. Você quer pressionar Eward mostrando o símbolo do leão ou algo assim?
— Depende de Eward como vai reagir a isso. — Ciel fez beicinho. — Eward passou dos limites. Ele manchou o nome dos Lionheart. Eugene, veja bem, não consigo entender como Eward ousa participar dessa caçada.
— A Senhora Thonis pressionou… — Eugene murmurou.
— Eward não é mais criança, é? Não importa o quão rigorosa a Senhora Theonis seja, Eward também tem problema se ainda estiver sob o controle dela.
— Nós não somos a parte envolvida, então não podemos falar por eles. — Eugene resmungou enquanto limpava o símbolo do leão em seu peito. — Eward já está aqui?
— Sim.
— Para ser sincero, é um pouco estranho encontrá-lo. Você também pode ter ouvido falar sobre isso, mas eu bati nele três anos atrás.
— Eward deve ser o único a se sentir estranho. É por isso que precisamos entrar com confiança. Tão confiante que Eward nem conseguirá manter a cabeça erguida. — Ciel fez uma careta para Eugene quando começou a andar. Eu irei primeiro, então siga-me com confiança.
“O que ela quer dizer com confiança?” Eugene riu secamente, balançando a cabeça.
— Eu não cometi nenhum crime.
Eward foi quem cometeu um pecado.
“Talvez o chefe do conselho também tenha cometido”, Eugene pensou enquanto sorria.
Considerando como o chefe do Conselho passou por todo tipo de dificuldade que o mundo tinha a oferecer, era improvável que ele ficasse com medo e fosse incapaz de fazer contato visual com Eugene.
“Ele não preferiria me perguntar com um sorriso ‘Sua viagem foi divertida?’”
Eugene deu alguns passos para frente, e os olhos dourados desbotados de Doynes cruzaram sua mente.
Como não tinha motivos para abaixar a cabeça, ele estufou o peito e endireitou a postura. Assim, Eugene caminhou para frente.
A sensação usual de estar flutuando dominou Eugene quando entrou no portão de dobra. Como estava se deslocando para um local distante, a sensação durou muito tempo.
“Eu não cairia do céu como da última vez, certo…” Pensou Eugene.
E não aconteceu. Ao sair do portão de dobra, ele se viu firme no chão.
Tap, tap, tap.
Eugene deu vários passos à frente e equilibrou seu corpo vacilante.
— Hum. — Ele ergueu a cabeça e olhou para frente.
Ele podia ver o Castelo dos Leões Negros, que tinha visto pela última vez há vários meses.
As bandeiras dos Cavaleiros Leão Negro estavam altas em todas as muralhas do castelo. Sob as dezenas de bandeiras, algumas pessoas esperavam.
— Ei. — Cyan parou de se encostar na grade e se aproximou de Eugene. Ele estava sorrindo, sentindo-se bem em vê-lo. Arrumando o cabelo desgrenhado durante o teletransporte, Eugene olhou para Cyan.
— O que você está olhando? Está se sentindo ótimo por ver seu irmão de novo? Faz apenas alguns meses desde a última vez que nos vimos, sabe? — Cyan perguntou animadamente.
— …
— Bem, nós bebemos juntos e fizemos o ritual para nos tornarmos adultos antes de você partir. Então também sinto o mesmo que você, irmão. — Cyan dramaticamente contorceu o lábio superior enquanto falava.
— Você… — Eugene também se aproximou, franzindo a testa. — Jura que vai responder sinceramente à pergunta que vou fazer. Você realmente acha que esse bigode fica bem em você?
— …
— Estou dizendo isso como seu irmão. Não combina nem um pouco com você. Entendo que está animado, já que se tornou um adulto, mas por que deixaria crescer esse bigode de merda?
— Mas não está legal?
— Está o oposto de legal. Nesse momento, estou lutando contra uma forte vontade de arrancar cada mecha desse pelo feio em seu lábio superior. — Eugene ergueu o punho cerrado bem embaixo do nariz de Cyan.
— Sim… Enfim, você não é o culpado, já que é estúpido. Se há alguém para ser culpada, é você, Ciel. Por que deixou seu irmão estúpido ter esse bigode de merda?
— Eu também estou muito surpresa agora, sabia? — Ciel gritou. Ela chegou alguns momentos antes de Eugene e claramente já estava perplexa. — Cyan não tinha aquele bigode esquisito há uma semana.
— Então está dizendo que o bigode dele cresceu em uma semana? Isso não faz sentido. Você não tem tantos pelos no corpo.
— Eu coloquei uma solução de crescimento de pelo. — Cyan murmurou enquanto virava a cabeça para o lado. — Pelo menos posso deixar crescer o bigode, já que sou adulto. Em alguns países, os homens adultos têm o direito de deixar crescer a barba.
— Fica feio em você.
— Ele disse que fica bem em mim…
— Que tipo de psicopata disse que esse bigode fica bem em você? Onde você conseguiu a solução de crescimento de pelo em primeiro lug—
Tum.
Ao ouvir passos pesados, Eugene parou de falar e olhou para cima. Um homem grande se revelou por trás de uma torre alta.
Por que ele estava parado no topo da torre? Por que ele estava usando uma camiseta regata, que revelava grande parte do peito e das axilas, quando estava no topo da montanha fria e ventosa?
Qualquer pessoa com bom senso teria feito essas perguntas, mas Eugene não se incomodou. O senso comum era completamente estranho para um cara que estava disposto a gastar trezentos milhões de sals para comprar o testículo de um gigante.
— Sou eu.
Tum.
Pulando do cume, um homem gigante caiu de pé no chão e, ao fazê-lo, Eugene foi forçado a olhar para cima novamente.
Ele era grande. Também era grande há três anos, mas agora era uma cabeça mais alto. Era quase tão grande quanto Evatar, da Tribo Zoran.
— Você ficou maior.
— Tudo graças a você, Eugene.
Gargith Lionheart sorriu e seus dentes saudáveis foram revelados sob seu bigode volumoso. Era difícil acreditar que ele tinha apenas vinte e dois anos.
— Consegue ver?
Wrick, wrick.
Cada vez que Gargith levantava os braços, Eugene podia ver seus músculos peitorais se contorcendo pela abertura de sua regata constrangedora.
— O testículo do gigante que compramos juntos deixou meu corpo mais bonito.
— Não está bonito.
— Vejo que você não está relaxando com seu treinamento. Está vestindo um uniforme legal, mas posso ver o quão diligentemente treinou seu corpo.
— Por que também não usa esse uniforme legal, hein? E eu gostaria que você abaixasse os braços e não os levantasse mais. Eugene não queria ver as axilas de Gargith, reveladas abertamente diante de seus olhos.
— Além disso… Por que você deu a solução de crescimento capilar para o Cyan? — Eugene perguntou com dificuldade.
— Eu vi Mestre Cyan olhando para minha barba com inveja. — Disse Gargith, acariciando sua volumosa barba. — Todos os homens idolatram esse tipo de barba. Claro, essa barba combina comigo porque meu corpo é lindo.
— Cyan, estou te avisando antes que aconteça alguma coisa. Eu mesmo vou te matar se você tomar qualquer aprimoramento muscular desse maldito. — Eugene falou em um tom rápido depois de virar a cabeça para Cyan.
— Por quê? Eu acho o corpo de Gargith muito legal—
— Como é legal? É simplesmente nojento. — Ciel parecia ter visto o objeto mais hediondo existente. — Você sempre foi assim, mas é muito influenciável. Se apaixona por coisas realmente estranhas. Se crescer e deixar a barba grande como aquele porco, não pensarei mais em você como meu irmão.
— Não sou um porco, milady. — Gargith falou.
Talvez por causa de suas memórias de infância, Gargith era muito respeitoso com Cyan e Ciel. Eugene apenas olhou para frente, ignorando Gargith, que estava exibindo seus músculos depois de se aproximar discretamente de Eugene.
— Ela é Dezra? — Eugene perguntou, apontando para uma mulher alta encostada na parede. Sua pele era bem bronzeada e parecia saudável, e tinha membros longos e esguios. Ainda tinha as mesmas características que Eugene tinha visto sete anos atrás.
— Aham. — Gargith assentiu enquanto acariciava a barba. — Ela deve estar se sentindo tímida, a julgar pela forma como está mantendo distância.
— Não estou aqui porque sou tímida, seu idiota! — Dezra gritou depois de ouvir o murmúrio de Gargith. — Estou me protegendo de vocês!
— Pode chamar de ‘se proteger’ quando realmente disse isso em voz alta com a própria boca?
— Embora finja que não, ela é bem burra. E tem um coração perverso para arrancar…
Cyan não havia esquecido a vez em que foi humilhado na Cerimônia de Continuação da Linhagem Sanguínea. Na época, Dezra tentou emboscar Cyan aproximando-se dele depois de fingir ser um fantasma. Graças a ela, Cyan acabou gritando na frente de seus irmãos mais novos.
— Ainda está focado nesse mal-entendido, Mestre Cyan?
— Que mal-entendido?! É verdade que você tentou me emboscar!
— Você… Tem razão…
— Tenho razão?! Você disse que eu estava errado naquela hora?! Como ousa mentir para mim! — Cyan gritou, seu bigode tremendo.
Eugene não prestou atenção ao argumento estúpido, em vez disso, olhou para a frente.
Alguém estava parado na muralha em frente a eles. Eugene nunca o tinha visto — cabelos espessos e uma barba desgrenhada em torno de um rosto com olhos caídos. No entanto, apesar de sua aparência geral descontraída, ele claramente tinha um corpo firme. Sua postura era perfeita, ereta e afiada como uma espada de boa qualidade.
— Então ele é o Hector.
— Como você sabe? — Cyan perguntou surpreso.
Ele parou de interrogar Dezra e se voltou para Eugene.
— Você o conheceu?
— Não, só ouvi falar dele. Estou vendo-o pela primeira vez. Se alguém é tão talentoso, posso reconhecê-lo instantaneamente. — Respondeu Eugene.
Enquanto estava parado, o olhar de Eugene encontrou o de Hector. Depois de alguns momentos, Hector sorriu e acenou com a mão para Eugene.
— Ele é famoso entre os descendentes colaterais. — Cyan resmungou. — Treina em Ruhr há mais de dez anos. Nem é um cidadão de lá, mas ainda assim se tornou um cavaleiro honorário dos Presas Brancas. Os Cavaleiros Presas Brancas são alguns dos melhores do continente.
— Um parente incrível. — Eugene respondeu casualmente.
— Você deve estar tão feliz, porque não precisa se preocupar com nada.
— Por que está reclamando de repente? Já não ganhou coragem suficiente para deixar crescer esse bigode de merda? — Eugene sorriu, batendo nas costas de Cyan. — Você está se sentindo pressionado pelo fato de ter que se sair melhor que Hector na caçada?
— Nem… Não mesmo.
— Não mesmo, minha bunda. Há tanta pressão sobre você que quase consigo sentir por mim mesmo.
— Por que você está se sentindo pressionado pelo Hector? — Gargith perguntou, incapaz de entender a situação. — Você deve estar se enganando em alguma coisa, Mestre Cyan. Hector é da mesma casa Lionheart que nós. Além disso, essa caçada não é para fazer a casa principal e os descendentes colaterais competirem, não é?
— De alguma forma, invejo o fato de seu cérebro ser feito de músculos. — Cyan balançou a cabeça, rindo. — De alguma forma, esta caçada é um teste para mim, o próximo Patriarca. Além disso, há parentes colaterais que estão participando da caçada. Embora existam poucos, ainda se ofereceram. Acho que podemos dizer que liderarão a próxima geração de famílias colaterais.
— Realmente…
— Eu tenho que obter algum respeito dos descendentes colaterais como o próximo Patriarca. Digamos que Hector se saia melhor do que eu. Então os jovens descendentes colaterais como você ou Dezra respeitarão a mim ou ao Hector mais?
— Respeitarei vocês dois. — Respondeu Gargith, contorcendo os músculos do peito.
Depois de observar inexpressivamente o músculo protuberante se contorcendo por um momento, Cyan assentiu com uma cara amarga. — Sim, obrigado…
— Cyan. — Eugene falou, olhando em volta. — Onde está Eward? Ouvi dizer que ele já chegou.
Quando mencionou Eward, o rosto de Cyan se enrugou ainda mais.
— Eward chegou há três dias. Ele foi convocado pelo Conselho dos Anciãos no primeiro dia e se trancou em seu quarto desde então.
— Você o viu?
— Nós até falamos oi. Eu realmente não queria dizer nada, mas Eward se aproximou de mim primeiro. — Cyan parou de falar e se virou, revelando ódio claro em seu rosto. Não foi só Cyan, Ciel também. Embora não fossem tão severos quanto Cyan e Ciel, Dezra e Gargith também olhavam de soslaio com rostos inquietos.
Vestindo um grande manto, um jovem se aproximava. Ele era Eward Lionheart. Seu cabelo cor de cinza estava preso em um rabo de cavalo. Por baixo de sua franja, seus olhos dourados refletiam a luz do sol.
— Há quanto tempo. — Eward sorriu levemente para Eugene.
Eugene de repente sentiu como se Eward tivesse mudado um pouco — não, muito. O Eward que Eugene tinha visto em Aroth três anos atrás nunca sorriu para ele daquele jeito. Na época, uma súcubo havia sugado tanto de sua força vital que parecia que estava prestes a morrer. O único sorriso de Eward que Eugene lembrava era o sorriso vazio que mostrava enquanto vagava no sonho da súcubo. Ele nunca tinha mostrado um único sorriso além daquele. Tinha acabado de derramar lágrimas de seus olhos e sangue de seu nariz.
—Você… O que diabos lhe dá o direito de me julgar?
—V-Você não faz ideia. Você—! Desde quatro anos atrás, todos estão prestando atenção em você. Desde que foi adotado pela família principal, o papa—pa— o Patriarca tem despejado todo o apoio em você, então como pode—?!
—Só porque… Você tem um talento inato… É impossível me comparar a você…!
—Eu nunca quis… Me tornar o Patriarca do clã Lionheart…!
—Eu… Eu queria me tornar um mago negro e ir para Helmuth. Em um lugar assim, eu estaria livre… E meu valor seria reconhecido…!
—Nunca quis me tornar o próximo Patriarca, e nunca pedi para nascer como o filho mais velho da linhagem direta! Quero ser livre, ser capaz de fazer o que quiser fazer—.
— Ah… — Eward sorriu desajeitadamente e coçou a bochecha enquanto Eugene o encarava.
— Eu agi… Muito amigável? Me desculpe, você deve estar com vergonha de mim… Sei que você estaria, mas eu realmente queria dizer oi para você. — Eward estava confuso, incapaz de continuar falando. Quando seu braço voou, seu manto foi levantado por um momento. Não havia o símbolo dos Lionheart do lado esquerdo do torso de Eward.
— Ciel… Sim, faz tempo que não te vejo também. Não te vejo desde que parti para Aroth. Haha… Já se passaram sete anos desde a última vez que te vi. Você cresceu muito…
— Você também mudou muito. — Respondeu Ciel, relaxando um pouco o rosto. Ela também tinha visto como Eward não tinha o símbolo dos Lionheart que apenas os membros da casa principal podiam carregar.
— Hmm… Sim, eu mudei bastante. Precisei. Sete anos é muito tempo. — Eward limpou a garganta e endireitou sua postura.
— Você me cumprimentou primeiro. — Disse Eugene. — Na verdade, eu deveria ser o primeiro a cumprimentá-lo, Irmão mais velho. Sou mais jovem que você.
— Não importa quem é mais velho quando se trata de quem cumprimenta primeiro. — Eward balançou a cabeça.
— É um alívio ver você bem.
— É tudo graças a você. — Eward sorriu.
“Não parece que ele está sendo sarcástico”, Eugene pensou sem dizer nada.
Enquanto continuava olhando para Eward, o último acrescentou apressadamente: — Não o culpo pelo que aconteceu em Aroth. Sou bastante grato a você, Eugene.
— Grato?
— Se você não tivesse colocado algum juízo em mim na época… Eu ainda estaria preso na busca de prazer em Aroth. Seu soco… Haha, doeu muito, mas foi uma lição valiosa para mim.
Embora estivesse gaguejando, Eward não deixou seus ombros caírem.
— Graças a você, estou trabalhando duro agora. É tudo graças a você.
Três anos atrás, Eward estava apenas no Terceiro Círculo. Tecnicamente, o Terceiro Círculo não era baixo. No entanto, havia sido treinado pessoalmente pelo Mestre da Torre Vermelha e outros magos respeitados. Além disso, era o filho primogênito da família Lionheart. Tal conquista estava longe de ser suficiente.
“Parece que ele não está perdendo tempo…”
Eward estava no Quarto Círculo agora.
“Ele fez progressos, mas… Não, meu padrão é muito alto.” Eugene endireitou o rosto e assentiu.
— Obrigado por colocar dessa forma.
— Sim, sim… Eu queria muito dizer isso. — Edward se virou, sorrindo. — O vento está frio. Haha… Vou indo primeiro. É muito comovente encontrar meus irmãos… Depois de muito tempo. —Eward foi embora.
— Ele tem consciência. — Ciel falou baixinho enquanto observava Eward se afastando. — Se Eward tivesse bordado o símbolo da família principal em seu uniforme, eu teria dito algumas coisas bem maldosas para ele. Espere… Você não deu um aviso a ele, não é, Cyan?
— Por que eu faria isso? — Cyan resmungou, acariciando seu bigode. — Não o vejo carregar o símbolo desde que chegou ao Castelo dos Leões Negros. Acho que entende a situação que está.
— Mas você não.
— O que eu fiz?
— Vá raspar o bigode. — Eugene riu e deu um tapa nas costas de Cyan.