Reencarnação Maldita - (Novel) - Capítulo 110
Capítulo 110: A Chama (2)
— Realmente. — Disse um homem com um aceno de cabeça enquanto estalava a língua. — Não havia necessidade de nós dois nos cansarmos por causa disso. Você só está me dando mais trabalho.
Signard não respondeu às palavras do homem.
Mesmo que quisesse, não poderia responder.
Signard estava coberto de sangue e uma grande mão estava em volta de sua garganta. Assim, ele não conseguia nem respirar direito. Quando Signard finalmente conseguiu separar os lábios, o único som que emergiu foi um leve gemido.
— Isso tudo porque você me entendeu errado. — Disse o homem com um suspiro enquanto apertava sua mão.
Isso fez com que o corpo de Signard balançasse para frente e para trás como uma boneca pendurada em uma corda enquanto seu sangue espirrava pelo chão.
O chão que já estava coberto de sangue.
— Não tinha nenhuma intenção de feri-lo. — Afirmou o homem. — Não tenho desejo de intimidar os fracos.
— Krgh… — Signard gemeu enquanto engolia o sangue que enchia sua boca.
— Eu não disse isso em primeiro lugar? Só queria ficar aqui por um tempo, alguns dias no máximo. Não iria incomodá-lo e também não havia necessidade de você prestar atenção especial a mim.
Signard espremeu os últimos resquícios de sua mana e força, então balançou o braço como se estivesse tentando abrir a garganta do homem com a mão.
— Tudo que eu queria…
Antes mesmo de sua mão alcançar a garganta do homem, o corpo de Signard foi esmagado no chão.
Baaang!
O chão tremeu, enquanto sangue e sujeira surgiram no ar. Os lábios de Signard se esticaram, mas ele nem foi capaz de liberar a dor excruciante que sentia com um grito.
— Era ficar aqui até aquele pirralho voltar. Pedir para você apenas fingir ser refém, para que todos pudéssemos ter uma negociação agradável… Era realmente um pedido tão difícil para você aceitar? — O homem perguntou retoricamente.
Parecia que todos os ossos do corpo de Signard haviam sido quebrados. Como a última gota de mana em seu núcleo havia acabado de se esgotar, ele não tinha forças nem para levantar um dedo.
A figura do homem apareceu na visão turva de Signard. Ele estava usando um capuz que projetava uma sombra profunda em seu rosto, do qual apenas seus olhos dourados podiam ser vistos. Cada vez que ele abria a boca, presas afiadas eram reveladas.
— Kukugh! — Enquanto olhava para o homem, Signard soltou uma tentativa grave de rir. — Só um refém? Você não ia nos machucar…? Pare de falar esse monte de… Besteiras.
— Sinceramente… — O homem suspirou mais uma vez. — Deveria haver limites para o quanto alguém pode manter a guarda alta. Você só foi enganado em toda a sua vida?
— Sua… Sua própria existência é venenosa para nós. Ela nos infecta com aquela doença e nos aproxima da morte. — Acusou Signard.
O homem murmurou em concordância.
— Hm… Isso é algo que não pode ser evitado. No entanto, seria bom se você apenas reconhecesse o fato de que não tenho nada a dizer sobre isso. Na verdade, tenho pena de vocês, elfos. A visão de vocês adoecendo e morrendo é bastante patética. Portant—
Signard o interrompeu com uma risada abafada.
— Ka… Kakakagh! Você está realmente tentando dizer… Que devemos ser gratos pela chance de nos tornarmos elfos negros…?
— Não é melhor do que morrer da doença? — O homem perguntou. — Você também não seria apenas um elfo negro, eu até lhe ofereci uma recomendação para que pudesse servir diretamente sob a própria princesa Rakshasa. Parece que não sabe o quão grande é essa oportunidade.
Signard cuspiu:
— Pare com suas besteiras… E vá se foder. Sua besta.
O homem não tinha mais vontade de sorrir e fingir gentilezas. A palavra ‘besta’ era um insulto imperdoável para ele, não, para toda a raça daquele homem.
— Parece que você não entende o seu lugar. — Sibilou o homem com voz fria enquanto soltava o pescoço de Signard.
Olhando em volta, avistou os outros elfos aterrorizados. Alguns deles estavam espalhados pelo chão, cobertos de sangue, assim como Signard. Esses eram os jovens elfos que ficaram ao lado de Signard para resistir ao violento invasor.
Mas para este homem, a resistência dos elfos não era nada. Com exceção de Signard, nenhum dos outros elfos nesta cidade poderia realmente ser chamado de guerreiro. Se tivessem esse tipo de força em primeiro lugar, não precisariam voltar para esta floresta.
— Tudo bem se eu matar mais alguns. — Murmurou o homem para si mesmo.
Para esse tipo de tarefa, ele precisava dar o exemplo. Não tinha intenção de matar todos ali. Se trouxesse com sucesso todas essas pessoas com ele e as entregasse à princesa Rakshasa, seu irmão mais velho também ficaria feliz, pois isso significava que a princesa Rakshasa lhes devia um favor.
De qualquer forma, havia muitos elfos ali. Não deve haver problemas em matar dois ou três deles. Quando o homem tomou sua decisão, levantou um pé no ar acima de Signard, que ainda estava caído no chão.
Seu pé caiu pouco a pouco.
O homem pretendia esmagar lentamente Signard até a morte sob seu calcanhar.
Então o homem de repente notou algo.
— Hm?
Pouco antes que pudesse colocar o pé no chão, a expressão do homem mudou. Enquanto girava o corpo rapidamente, balançou os braços para alguma coisa.
Baaaaang!
A figura do homem desapareceu com um rugido alto. Signard, que estava preparado para morrer, não conseguia entender o que acaba de acontecer à sua frente. Seus olhos foram capazes de acompanhar o ponto em que o homem balançou os braços para conter algum tipo de ‘bombardeio’, mas Signard não conseguia acreditar que esse monstro poderoso tivesse sido enviado voando tão facilmente.
Este era o poder da Lança Dracônica, Kharbos.
A desvantagem dessa lança era que ela consumia muita mana, mas enquanto o usuário tivesse mana suficiente, poderia continuar a disparar bombardeios poderosos sem a necessidade de fórmulas mágicas complicadas. Mesmo que os bombardeios disparados por esta arma não fossem tão fortes quanto o sopro de um verdadeiro dragão, os ataques que gerava eram esmagadoramente mais poderosos em comparação com a mana que consumia.
Eugene pousou no chão com a grande Lança Dracônica encostada em seu ombro. Olhou em volta para os elfos que estavam caídos no chão enquanto estavam cobertos com seu próprio sangue. Entre todas essas vítimas, Signard era a que se encontrava em estado mais grave.
— Ha–
Signard inconscientemente tentou gritar ‘Hamel’, apenas para perceber o que estava fazendo e rapidamente cerrou os lábios.
Aquele que os atacou ainda não estava morto.
— Quem é aquele desgraçado? — Eugene disse sem outro olhar para Signard.
Eugene não podia se dar ao luxo de fazer isso. Mesmo que a explosão da Lança Dracônica tenha atingido diretamente seu alvo, não era o suficiente para matar o homem.
— Ele disse que é um dos irmãos de Jagon. Eugene, ele está querendo você. — Signard avisou com um suspiro.
O rosto de Eugene endureceu ligeiramente ao ouvir o nome Jagon. Embora nunca tivesse conhecido o homem em sua vida anterior, estava familiarizado com o nome.
Era o nome do atual chefe do povo-fera que servia sob o Rei Demônio da Destruição.
O filho de Oberon.
Mesmo que não soubesse de mais nada, Eugene não seria capaz de deixar de reconhecer o nome de Jagon, porque o homem-fera havia arrancado a garganta de Oberon – seu próprio pai – e usurpou a posição de chefe. Oberon era tão violento e poderoso que até tomou o título de ‘O Depravado’ para si mesmo, então como o filho que foi capaz de matar alguém como Oberon, ficou claro que o homem tinha que ser pelo menos tão louco e cruel quanto Oberon.
— Irmão, você diz. — Eugene murmurou com um canto de sua boca torcido. — Mas acredito que ele não se parece muito com o pai.
O homem que havia sido enviado voando para longe se levantou mais uma vez. Embora Eugene já tivesse sentido isso desde o momento em que o ataque havia o acertado, parecia que não havia ferimentos graves no corpo do homem. Foi apenas na medida em que o manto que o homem usava ficou esfarrapado.
“Ele mostrou uma reação rápida”, Eugene observou.
Ele disparou o ataque de uma distância razoável. Eugene não pôde fazer nada sobre o som que fez quando foi lançado, mas o ataque da Lança Dracônica não era algo que pudesse ser evitado apenas ouvindo o disparos antes de acertar.
— Ptu. — O homem cuspiu um pouco de sangue de sua boca enquanto olhava para Eugene. — Eugene Lionheart. Você voltou muito mais rápido do que eu esperava.
Agora que seu manto havia se transformado em trapos, a aparência do homem podia ser vista claramente.
Os licantropos eram uma mutação desenvolvida a partir de vampiros e demônios. Como os vampiros, poderiam aumentar seus números alimentando os outros com seu sangue. Mesmo que alguém já tenha sido humano, uma vez infectado com licantropia, sua alma seria manchada com essência demoníaca.
O povo-fera era diferente dos licantropos. Assim como os elfos e os anões, o povo-fera era apenas uma raça separada dos humanos. Eles não eram capazes de mudar entre as formas humana e animal como um licantropo; em vez disso, sua aparência continha uma mistura de animal e humano desde o momento em que nasciam.
Em outras palavras, poderiam ser descritos como bestas com inteligência humana. A esse respeito, a maioria do povo-fera ainda mantinha seus instintos bestiais e aqueles que nasciam na selva eram especialmente suscetíveis a serem influenciados por seus impulsos naturais.
Para viver neste mundo, você precisava saber como suprimir seus próprios instintos. A diferença entre o povo-fera e as feras era apenas se eles tinham ou não o motivo necessário para suprimir suas próprias naturezas bestiais.
No entanto, trezentos anos atrás, o povo-fera liderado por Oberon liberou totalmente sua verdadeira natureza. Todos eles viviam como predadores, como os carnívoros que se alimentam de herbívoros. E não apenas carnívoros, mas predadores selvagens que estavam no topo da cadeia alimentar. Em vez de usar a razão para suprimir suas verdadeiras naturezas, esses predadores usaram sua capacidade de raciocinar para matar de maneira ainda mais eficaz e se deliciar com o ato de matar.
O homem que agora caminhava até eles era um desses predadores. Uma besta que era capaz de andar como um humano. Tinha olhos e presas douradas, e seu rosto parecia uma mistura entre um tigre e um humano. Ao contrário dos animais, ele tinha os membros superiores de um humano, mas as listras de tigre claramente se destacavam contra a pele que cobria seu corpo.
— Então você disse que é irmão de Jagon? — Eugene perguntou enquanto olhava para a besta. — Isso significa que também deve ser filho do Depravado Oberon. Pelo que ouvi, Oberon era um urso. Se você é o irmão mais novo do filho dele, por que é um tigre?
— Pirralho. — Disse o homem enquanto lambia os lábios com um sorriso. — Você deve ter cuidado com o que diz. O nome do nosso ex-comandante tem muito peso para ser usado descuidadamente por alguém como você.
— Uma besta maldita fingindo ser um humano. — Eugene zombou enquanto colocava Kharbos de volta em seu manto. — Você é algum tipo de vira-lata? Por acaso uma tigre chamou a atenção de Oberon, então quando teve filhos com ela, o filho mais velho Jagon nasceu como um urso e você, o segundo filho, nasceu como um tigre?
O homem rosnou.
— Eu disse—
— Se for esse o caso, então é uma grande surpresa. — Eugene o interrompeu sem hesitar. — E pensar que uma criança poderia realmente nascer entre um urso e um tigre…! Até uma besta maldita como você sabe o que é uma mula, certo? É um híbrido que nasce entre um cavalo e um burro. Dizem que esses híbridos não podem produzir filhos, independentemente do gênero em que nasceram, então… Você é um eunuco e também uma besta?
— Pra ter cuidado com suas palavr—
O homem cuspiu enquanto seu rosto se contorcia em uma carranca.
Eugene também não tinha mais uma expressão sorridente no rosto.
— Se eu for cuidadoso com minhas palavras, você realmente vai me deixar ir embora quando eu quiser? — Eugene perguntou, suas mãos ainda dentro de seu manto. — Você veio aqui para me matar, não é? Então, não importa o que eu diga, você vai tentar me matar, por que eu deveria cuidar do que falo?
Este homem sabia exatamente quem era Eugene, mas Eugene nunca havia revelado sua identidade ao entrar em Samar. Nesta floresta, apenas Kristina e os elfos que vivem ali sabiam sobre ele.
Então o fato dessa besta maldita ter vindo ali para pegar Eugene significava que…
“Quem foi?” Eugene perguntou a si mesmo.
Alguém fora da floresta abriu a boca. Poderia ter sido alguém do Império Sagrado? Ou talvez… Pode até ter sido alguém do lado do clã Lionheart. Eugene não queria nem imaginar que isso era uma possibilidade.
Entre os membros do clã Lionheart, poucos foram informados de que Eugene iria para Samar.
Havia Genos, Comandante da Segunda Divisão dos Cavaleiros Leão Negro; Doynes, Chefe do Conselho; e Gilead, o Patriarca. Além desses três, ninguém mais havia sido informado do fato de que Eugene estava indo para Samar. Mesmo o pai biológico de Eugene, Gerhard, e os gêmeos, Cyan e Ciel, não sabiam da saída de Eugene do Castelo dos Leões Negros.
— Você com certeza tem uma boca nojenta, pirralho. — Disse o homem sem nenhuma tentativa de esconder as presas à mostra. — Se eu fosse te matar, então poderia ter te matado a qualquer momento antes. Sabia? Quando pegou a elfa de uma perna só, fui eu quem cuidou dos guerreiros da tribo Garung que estavam perseguindo você.
— Obrigado por cuidar de uma tarefa tão problemática para nós. — Disse Eugene sem sinceridade.
Ele realmente achou que a perseguição havia sido um pouco mais fraca do que esperava. Eugene estreitou os olhos enquanto olhava para o homem. Dito isso, significava que o homem estava seguindo Eugene desde o início.
“Eu nem percebi”, Eugene pensou com pesar.
Não tinha jeito mesmo. Por mais aguçados que fossem os sentidos de Eugene, era impossível para ele ter notado alguém que os seguia de uma distância tão considerável. Por outro lado, o homem já estava ciente de Eugene, e o faro excepcionalmente forte que o povo-fera compartilhava significava que ele não perderia o cheiro de Eugene mesmo à distância.
— Então você estava dizendo… Que seu objetivo não é me matar? Então, qual é o seu objetivo? — Eugene perguntou.
— Ao contrário daquele elfo estúpido, parece que somos capazes de nos comunicar. — Disse o homem enquanto seus lábios se contorciam em um sorriso. — Meu nome é Barang. Pirralho, sobre o que você tem falado, posso não compartilhar o mesmo sangue de Jagon, mas compartilhamos um vínculo de irmandade entre nós.
Como ele havia pensado. Não era impossível um tigre ser descendente de um urso?
— A razão pela qual estou seguindo você é para encontrar o domínio élfico que dizem estar escondido em algum lugar dentro desta floresta. — Explicou Barang.
Eugene ouviu em silêncio.
— …
— Pirralho, eu vi você entrar no território élfico. Como não pude entrar junto com você, vim aqui para esperar por você, mas aquele elfo maldito esparramado aos seus pés tentou me atacar primeiro enquanto dizia que iria me matar. — Barang afirmou calmamente.
— É claro que ele atacaria você. — Disse Eugene enquanto um sorriso torcia os cantos de seus lábios. — E daí, você está me pedindo para levá-lo ao território élfico?
— Isso mesmo, vamos manter as coisas simples e fazer um acordo. — Barang disse com um aceno de cabeça.
— E o que acontece depois que eu te conduzir até lá? — Eugene perguntou.
— Então podemos nos separar com um sorriso. — Barang o tranquilizou: — Como eu disse, não tenho intenção de matá-lo.
Eugene mudou de assunto.
— Por que você está procurando o domínio?
— Não tenho intenção de lhe dizer isso. — Barang negou.
— Certo. Se for esse o caso, vou te perguntar outra coisa. Quem é aquele que mexeu os lábios e te contou sobre mim? — Exigiu Eugene.
Barang o advertiu:
— Você não deve tentar saber demais, pirralho.
— Parece que, embora você esteja me pedindo tanto, na verdade, parece que você não quer me conceder nada do que desejo. — Observou Eugene.
— Tal irracionalidade é privilégio dos fortes. — Barang vangloriou-se com uma risada.
Em vez de dar outra resposta, Eugene inclinou a cabeça para o lado.
“Ele diz que no final, vamos nos separar com um sorriso?”
Como se isso realmente fosse acontecer. Eugene não podia confiar nas palavras de Barang.
Além disso, estava pedindo a Eugene para conduzi-lo ao território élfico. Era um pedido impensável. Sienna e os outros elfos ainda estavam selados na Árvore do Mundo que ficava no centro do domínio élfico.
Embora não soubesse por que aquele maldito bestial queria entrar no território élfico, ou o que faria lá uma vez que entrasse, Eugene não tinha a menor intenção de levá-lo até lá.
E este não era um oponente que ele pudesse afastar apenas com palavras.
— Eugene, fuja… — Signard espremeu por entre os lábios trêmulos.
Barang também ouviu essas palavras. Ele riu alto e balançou a cabeça.
— Você está mesmo pedindo para ele abandonar mais de cem elfos? — Barang provocou Signard.
O rosto de Signard se contorceu com essas palavras. Se ele se sacrificasse, seria possível ganhar tempo?
Não, isso era impossível. Mesmo que Signard o tenha atacado com todas as suas forças, aquela fera não tinha nem um único ferimento. Independentemente de quanto Signard ficou mais fraco desde o auge devido a ser afligido pela Doença Demoníaca, era um fato indiscutível que esta besta era forte.
Eugene também estava ciente desse fato. Este era um cara durão que só recebeu ferimentos leves, mesmo depois de ser atingido por um bombardeio da Lança Dracônica. Era impossível para Eugene lutar contra Barang e vencer.
— Senhor Eugene!
Uma voz gritou atrás dele. Era Kristina, que o seguia e acaba de chegar à aldeia. Com o rosto pálido, ela observou Signard e os outros elfos que haviam sido horrivelmente feridos. Eugene estendeu a mão e parou Kristina quando parecia que ela estava prestes a vir para o lado dele.
— Fique aí. — Ordenou ele.
— Hã? — Kristina ofegou com uma expressão perplexa, incapaz de entender a razão dele para aquilo.
Eugene deu um passo à frente. Barang sorriu com esse passo, como se pensasse que Eugene era tolo por fazer isso.
Barang tinha ouvido falar desse pirralho, Eugene Lionheart. Um gênio que se dizia ser a ‘próxima encarnação’ do ancestral fundador da história do clã Lionheart.
Mas Barang só conseguia vê-lo como um jovem de dezenove anos.
Barang zombou.
— Apenas desista, moleque.
Eugene não tinha intenção de negociar com Barang, nem pretendia seguir as ordens dele.
“A sorte é…”
Eugene verificou as armas armazenadas em seu manto. Havia dezenas de armas diversas, bem como a Espada da Tempestade, Winith, a Espada Devoradora, Azphel, a Lança Dracônica, Kharbos e o Raio Pernoa.
E então, havia a Espada do Luar.
“Que tenho muitas armas e…”
Eugene puxou a mão direita que estava imersa em seu manto. Barang sorriu e balançou a cabeça. A mão que emergiu de sua capa não estava segurando nenhuma arma.
Em vez disso, Eugene colocou a mão direita no peito.
“Tenho uma sacerdotisa de alto nível aqui que pode parar o pior dos efeitos colaterais.”
Este não era um inimigo com o qual pudesse lidar como estava agora, então Eugene teria apenas que ajustar sua própria condição para poder lidar com Barang.
O Eugene, de dezenove anos, não conseguiria lidar com o Barang à sua frente.
No entanto, o Hamel que foi em sua vida anterior definitivamente teria vencido.
Se suas habilidades atuais não fossem suficientes, então…
Ele só precisaria se aproximar das habilidades de seu auge.
“Ignição”, Eugene murmurou silenciosamente.
A mão direita de Eugene permaneceu em seu peito. A mana fluindo de sua mão pressionou seu coração e seus núcleos.
Tumdum.
Todos podiam ouvir a batida forte de seu coração.
Uma explosão de chamas saiu dele na forma de uma juba de leão.