Capítulo 01
Mago da Areia do Deserto Ardente
Tradutor: Nando
Revisor: White
Capítulo 1
Tick!
Na calada da noite, todos os outros dormindo, o som fraco de um fio se rompendo viajou pelo ar.
Em um instante, o menino abriu os olhos.
O menino levantou-se em silêncio, como um gato, e olhou para a porta de ferro.
Um pequeno quarto que mal cabia dois adultos deitados.
Sem janelas, a única saída desta sala apertada era a pequena porta de ferro.
O menino, prendendo a respiração, olhou para a maçaneta da porta.
Clique! Clique!
O som de alguém girando a maçaneta ecoou.
Embora ele tivesse tentando ficar o mais imóvel possível, o som ressoou alto nos ouvidos do menino, que já estava acordado.
Batida!
Finalmente, a fechadura se soltou e a porta se abriu ligeiramente enquanto alguém espiava.
O intruso segurava uma adaga do tamanho do antebraço de um adulto na mão.
O homem, ainda não acostumado com a escuridão, entrou cautelosamente na sala, tateando o caminho.
O menino prendeu a respiração observando tudo.
Sem saber desse fato, o homem entrou mais na sala.
Esse foi o momento
Tick!
Um som ecoou quando algo estalou sob os pés do homem.
Era uma armadilha que o menino havia preparado com antecedência.
Estrondo!
“Oof!”
Instantaneamente, um baque maçante e o grito do intruso soaram simultaneamente.
Uma pequena adaga estava cravada no lado do homem.
Projetado pelo menino para que a adaga fosse lançada após a ativação da armadilha.
Sem saber da armadilha que ele desencadeou ao entrar na sala, o homem teve que pagar um preço severo.
“Argh! O quê…?”
O homem se contorceu no chão, gritando.
Naquele momento, o menino, que estava agachado em silêncio todo esse tempo, se moveu.
Baque!
O menino se lançou no chão, montado no peito do homem, agarrando sua adaga e apontado-a para a garganta do homem.
O homem olhou para o menino perplexo.
“Urrgh! Esse pequeno bastardo…”
“Eu estava me perguntando quem entrou sorrateiramente como um gato de rua, você é apenas o vizinho do quarto ao lado.”
Literalmente, o vizinho do quarto ao lado.
O homem morava no quarto ao lado do menino.
Ele também havia passado ontem à noite.
Seu semblante não era agradável, e a maneira como ele olhava para o menino era tão sinistra que não podia ser esquecida.
O menino bateu levemente na bochecha do homem com a mão.
“Ei, senhor! Mesmo que seja esse o caso, não é demais roubar seus vizinhos?”
“Como algo assim foi parar em um buraco de formiga? Seu pirralho! Seria melhor se você me soltasse. Você sabe quem é meu irmão?”
“Como eu vou saber disso? Senhor!”
O menino parecia incrédulo, e o homem abaixo dele fez uma careta.
“Ele é um desperto. Um desperto que usa magia.”
“Você deveria pelo menos mentir corretamente. Você espera que eu acredite que o irmão mais novo de um desperto vive neste formigueiro?”
“É verdade. Estou aqui temporariamente por algum motivo.”
“Então você deveria cuidar de seus negócios em silêncio em vez de se esgueirar para roubar uma criança, hein?”
“Hah! Droga, então você espera que eu a deixe em paz depois de ver uma pedra mágica bem na minha frente?”
“Você realmente viu?”
O menino estalou a língua.
Por acaso, ele obteve uma pequena pedra mágica.
Era a primeira vez que ele segurava uma pedra mágica, e ele estava maravilhado com isso quando o homem da sala ao lado deve tê-lo visto.
O menino se culpou pelo erro.
A favela, conhecida como Toca dos Mendigos ou Buraco das Formigas
Um lugar onde os pobres que não podem entrar na Colônia Neo Seul se reúnem, onde regras e decoro* não existem.
Um lugar onde os fortes podem pisar nos fracos e tirar tudo o que eles têm.
Ser fraco é pecado, ser forte é uma indulgência.
O menino, Zeon, conhecia essas leis da favela melhor do que ninguém.
Porque ele nasceu e cresceu na favela.
Suas primeiras memórias começaram em uma toca de mendigos na favela. Desde o momento em que deu os primeiros passos, foi explorado por mendigar.
Não havia boas lembranças da toca de mendigos.
Apanhar por ganhar muito pouco, apanhar por comer demais.
Então, quando ele atingiu uma certa idade, ele se separou à força da toca dos mendigos.
Não era apenas sair da toca dos mendigos.
Era escapar enquanto o líder da toca dos mendigos dormia, saindo sem deixar rastros.
Devido a isso, o líder da toca dos mendigos ainda estava procurando por Zeon.
O nome Zeon foi algo que ele mesmo inventou.
Ele precisava de um nome para validar sua identidade.
O nome em si não tinha muita importância; apenas soava legal, então ele o escolheu.
Ele estava bastante satisfeito com seu nome.
Não havia nada que ele não tivesse feito para sobreviver.
Desde furtos até roubos e tudo, exceto matar, ele havia feito.
Sabendo que, nas favelas, a complacência significava morte, ele até montou armadilhas em seu próprio quarto. Tal meticulosidade salvou Zeon.
Zeon ponderou brevemente sobre o que fazer com o homem agora deitado sob ele.
Se o irmão mais velho do homem fosse realmente um desperto, seria perigoso.
Então os olhos do homem brilharam astutamente.
Swoosh!
Uma adaga escorregou da manga do homem.
Era uma adaga escondida para uso de emergência.
“Morra, seu pirralho!”
O homem gritou e balançou a adaga.
Zeon rapidamente deu um passo para trás.
O homem perseguiu Zeon, com os olhos saguinários.
Ele balançava a adaga com a única intenção de, de alguma forma, matar Zeon e pegar a a pedra mágica.
“Argh!”
Zeon lutou desesperadamente com o homem por um tempo.
Plop!
Pouco depois, o som de uma lâmina penetrando carne irrompeu.
“Argh!”
E o homem, gritando, desabou no chão, com uma adaga cravada no peito.
O homem, que olhava para Zeon com uma expressão de incredulidade, começou a tremer e logo perdeu a respiração.
“Droga!”
Zeon caiu no chão.
Nunca tinha feito isso antes; era a primeira vez que matava alguém.
A sensação estranha da adaga penetrando nopeito do homem ainda parecia vívida.
“Merda!! Por que você teve que se esgueirar aqui…?”
Zeon encarou o corpo do homem morto.
Ele sabia que um dia teria que matar. Para sobreviver sem ser pisoteado nas favelas, era inevitável.
Mas ele realmente não esperava que esse dia fosse hoje.
Zeon voltou à realidade.
Se o irmão do homem morto fosse um desperto, seria perigoso.
Fazer o corpo desaparecer completamente era impossível de qualquer forma. As favelas estavam cheias de pessoas, e evitar o olhar delas enquanto movia um corpo era impraticável.
Era melhor deixar o corpo ali e se esconder rapidamente.
Assim que tomou a decisão, Zeon se moveu rapidamente.
Ele trancou com segurança a porta do quarto com o corpo do homem e saiu.
Uma rua que lembrava a antiga Cidade Murada de Kowloon, em Hong Kong, surgiu.
Edifícios surrados alinhados como galinheiros, com quartos apertados juntos sem qualquer ordem, tornando a rua um labirinto.
Zeon se escondeu no labirinto.
“Merda! pensar que o irmão dele realmente é um desperto. Mesmo com má sorte, como poderia ser tão ruim?”
Zeon murmurou dentro do ônibus blindado com placas de aço unidas.
O irmão mais velho do homem que Zeon matou era de fato um verdadeiro desperto.
E não um qualquer, ele era um desperto de Classe B.
Mesmo que um desperto de Classe F o perseguisse, seria questão de vida ou morte, quanto mais alguém de Classe B.
Entre os numerosos desperto em Neo Seul, havia pouco mais de uma centena de Classe B.
Se Zeon fosse um plebeu, um desperto de Classe B seria a nobreza.
Se fosse pego, não terminaria apenas com a morte.
Ele estava furioso com a morte de seu irmão e perseguiu Zeon.
Não importava que seu irmão tivesse tentado roubar Zeon primeiro.
Não importa quão errado ele estivesse, ainda era seu irmão mais novo.
O fato de seu irmão ter morrido nas mãos de alguém como Zeon o enfureceu.
“Hoje, estou escapando de uma maneira tão patética, mas diga-me, eu vou definitivamente me vingar. Lee Jiryung.”
O desperto que o perseguia se chamava Lee Jiryung.
Ele era um desperto com Magia Relâmpago.
Mesmo dentro do mundo da magia, a Magia Relâmpago era notória por seu imenso poder.
Entre os despertos de Classe B, ele era um dos mais fortes.
Assim como Zeon, Lee Jiryung conhecia bem as favelas. Embora atualmente esteja em Neo Seul, ele também era das favelas.
Ele mapeou minuciosamente os possíveis esconderijos e rotas de fuga de Zeon.
Zeon acabou sendo encurralado, e por isso embarcou no ônibus.
Era um ônibus blindado com destino à Mina de Pedras Mágicas, fora da colônia.
Uma vez fora da Colônia Neo Seul, não seria fácil para Lee Jiryung, por mais poderoso que fosse, rastrear Zeon.
‘Nunca pensei que eu iria pegar esse ônibus com meus próprios pés.’
Zeon mordeu o lábio.
Fora da Colônia Neo Seul havia um deserto.
A areia vermelha se estendia infinitamente sem um único fio de grama.
Todos os tipos de perigos espreitam no deserto vermelho escaldante.
Sob a areia espreitava vermes da areia e besouros de areia blindados, enquanto a superfície do deserto abrigava todos os tipos de criaturas, como lobos de fogo e grandes hienas com chifres.
Havia até gangues de catadores à espreita, visando caravanas que subiam e desciam a colônia.
Nenhum lugar era seguro.
É por isso que, apesar de viverem uma vida pior do que subumana, os pobres permaneciam fora da Colônia Neo Seul;
Por alguma razão, as bestas evitavam chegar muito perto da Colônia Neo Seul.
Pelo menos, ficar perto da colônia significava uma chance reduzida de ser morto pelas feras. Portanto, Zeon permaneceu obstinadamente dentro das favelas. Mas uma vez alvejado por Lee Jiryung, não havia lugar para ele nas favelas.
“Droga! Se eu tivesse despertado também…”
Cem anos atrás a Terra havia se transformado em um deserto.
Mais de noventa por cento da humanidade pereceu, e os sobreviventes mal conseguiram sobreviver à vida nas ruínas transformadas em areia.
Os que fizeram a maior contribuição naquela época foram os despertos.
Como se estivessem esperando, uma fração dos sobreviventes havia despertado com habilidades desconhecidas.
Alguns tiveram seus corpos fortalecidos, enquanto outros ganharam a habilidade de exercer magia.
Eles foram chamados de despertos.
Os despertos tornaram-se os governantes de um novo mundo.
Mesmo os despertos de baixo escalão recebem tratamento especial em Neo seul.
Comparado a eles, alguém como Zeon não era melhor do que um camponês.
Mesmo que Zeon morresse, ninguém se importaria.
Em última análise, a escolha de Zeon foi o ônibus com destino às minas de pedra mágica.
As minas de pedra mágica estavam situadas na Montanha Dolsan, a setenta quilômetros de Neo Seul.
Toda a pedra mágica extraída de lá foi exclusivamente para Neo Seul.
A energia extraída da pedra mágica mantém Neo Seul, a megacidade, funcionando.
Mas minerar pedras mágicas exigia muita mão de obra.
Os túneis eram estreitos e apertados, deixando os mineiros sem escolha a não ser empunhar picaretas.
Dado o ambiente hostil, os mineiros morriam continuamente.
Como resultado, sempre houve escassez de mão de obra.
Nessas circunstâncias, A Neo Seoul permitiu que qualquer pessoa disposta a ir às minas de pedras mágicas no ônibus sem nem mesmo questionar ou verificar sua identidade.
Foi assim que Zeon conseguiu embarcar no ônibus blindado em direção às minas de pedras mágica.
“Não importa o que aconteça, eu vou sobreviver nas minas de pedra mágica. E então, vou me vingar de Lee Jiryung.
Enquanto Zeon olhava pela janela e queimava de determinação, o ônibus estava cheio de pessoas.
Todos os mineiros.
“Ei, garoto! Você está indo para as minas também?”
Um homem sentado ao lado de Zeon iniciou uma conversa.
Ele parecia corpulento e forte, encaixando-se no perfil de alguém que se ofereceu para as minas.
Zeon respondeu duramente.
“E quanto a isso?”
“O garoto tem um olhar bastante feroz. Mas ainda assim, tenha cuidado quando chegar às minas.”
“Por que isso?”
“Aquele lugar está cheio de caras de olho na bunda de um pirralho frágil como você. Heheheh!”
O homem examinou Zeon da cabeça aos pés com um brilho sinistro nos olhos.
‘Esse maldito bastardo’
Zeon sabia exatamente o que aquele olhar significava.
As favelas estavam cheias de caras que cobiçavam homens, e muitos deles tinham como alvo Zeon.
Zeon tinha um corpo esguio e um rosto bonito.
Exceto pela ferocidade juvenil, ele poderia facilmente ser considerado um jovem bonito.
Se não fosse por seu estado de alerta e ferocidade, ele teria sido assediado inúmeras vezes.
Zeon estava mexendo na adaga que havia escondido na manga, imaginando quando deveria matar o homem sentado ao lado dele.
Mesmo que ele não tirasse a vida, ele pelo menos cortaria um tendão para torná-lo aleijado, para que os outros não o desprezassem.
Essa era uma maneira de sobreviver na favela.
Mas suas preocupações não duraram muito.
O ônibus blindado começou a se mover.
O ônibus logo deixou a colônia de Neo Seul e saiu para o deserto.
As ondas intermináveis do deserto vermelho vistas do lado de fora da janela sobrecarregam as pessoas no ônibus blindado.
Mesmo o homem que estava olhando para Zeon com intenções maliciosas não conseguiria fechar a boca escancarada para a vastidão da paisagem do deserto.
O ônibus blindado era apenas uma partícula de poeira no mar infinito de areia vermelha.
Zeon murmurou.
“Seremos capazes de chegar à mina em segurança, certo?”
Ele se arrependeu de suas palavras imediatamente.
Aquela maldita boca dele.
A areia vermelha estava subindo ferozmente atrás do ônibus enquanto algo corria furiosamente sob ele.
Um enorme verme da areia estava perseguindo o ônibus.
“Merda! Não deveria haver vermes da areia por aqui.”
Naquele momento, como se negasse diretamente as palavras de Zeon, o enorme corpo do verme da areia se projetou para fora da areia. E como um meteoro, atingiu o ônibus blindado.
Whoosh!
Toda a cena veio aos olhos de Zeon vividamente, como se estivesse em câmera lenta.
‘Foda-se!’ Faz sentido um verme da areia voar?
Estrondo!
O ônibus foi atingido por um impacto enorme.